Brasília

A metodologia, etapas, conclusões e bases conceituais norteadoras do estudo realizado por meio de técnica “in situ” por meio da obtenção de dados primários estão descritos e fundamentados nos Produtos 1, 2, 3,4 e 5 do contrato firmado com a Finatec. Passo 1 O experimento desenvolvido objetivou a estabilização de metais biodisponíveis nos solos a partir da elevação do pH nos horizontes superficiais como uma medida de mitigação da contaminação incorporada ao perfil de solos pela destinação de resíduos sólidos urbanos na área. Figura 07 (em anexo). O experimento foi realizado em de três etapas: - amostragem prévia dos solos na poligonal piloto; - calagem do solo com uso de pó de dolomito; e - amostragem posterior. No momento da amostragem prévia, o solo encontrava-se compactado em alguns trechos com o perfil alterado por antigos aterros, dessa maneira, apresentou a presença de resíduos próximos à superfície, e recoberto por gramíneas exóticas. Na data de 04 de janeiro de 2020 foram amostrados 13 pontos de melhor acesso e com maior facilidade de perfuração manual, a duas profundidades: - Amostra A - 0 a 20 cm; e - Amostra B - 40 a 60 cm. O material foi moído em pó fino e pistilo de porcelana, e preparado de duas maneiras: - amostra total - pó prensado sobre a lâmina; e - fração argila separada seca ao ar e orientada sobre a lâmina. Passo 2 Com o intuito de descompactar o solo e de potencializar a incorporação do mineral dolomito durante a calagem, o terreno foi arado e gradeado com grade armadora. Primeira série de amostragem. O preparo do solo ocorreu nos dias 12 e 13 de março de 2020. Após uma semana foi realizada a pulverização do pó de dolomito na área. No dia 20 de março de 2020, foi constatado que a pulverização não aconteceu de forma homogênea, assim, foi feita a demarcação de 17 pontos espalhados pela área gradeada e realocou-se o pó de dolomito junto a estas áreas específicas. O dolomito utilizado na calagem foi amostrado para as mesmas análises químicas dos solos submetidos, para obtenção dos valores químicos de referência. Três toneladas de pó de dolomito foram incorporadas ao solo na parcela experimental. Em 13 de maio de 2020, com o intuito de simular uma precipitação, foram adicionados aproximadamente 40 l (litros) de água junto a cada uma das demarcações. Esta ação foi necessária para compensar o encerramento do período chuvoso, assim, o aumento da umidade poderia auxiliar na incorporação do dolomito, no aumento do pH do solo e consequente otimização das reações químicas em subsuperfície. Figura 8A e 8B (em anexo). Passo 3 Segunda série de amostragem. A segunda série de amostragem aconteceu no dia 11 de junho de 2020, por meio das técnicas semelhantes: Amostra A - 0 a 20 cm; Amostra B - 40 a 60 cm de profundidade. A tradagem foi feita preferencialmente no local onde foi despejada a água. Prontamente foram encaminhadas ao laboratório. Os procedimentos analíticos foram realizados com a mesma metodologia de estudos de fertilidade de solos (Silva et al., 1998) nos dois conjuntos de análises. A metodologia de fertilidade de solos está referenciada no Produto 1(SILVA et al., 1998, p. 20). Figura 9 (em anexo). As análises das duas séries de amostras de solo e do dolomito utilizado foram feitas no laboratório Soloquímica Análises de solos, em Brasília. Para se avaliar a efetividade do controle do pH na estabilização dos metais trocáveis, os procedimentos analíticos foram realizados com a mesma metodologia de estudos de fertilidade de solos (Silva et al., 1998) nos dois conjuntos de análises. Em ambas as etapas de amostragem foram analisados os seguintes metais: potássio, cálcio, magnésio, sódio, alumínio, ferro, cobre, zinco, chumbo, cádmio, arsênio e mercúrio. A Tabela 9 traz os resultados analíticos da primeira campanha de amostragem e a Tabela 10 os resultados da segunda campanha. Os teores obtidos da análise do dolomito são os seguintes: K - 0,02 cmol/dm3 ; Ca - 2,6 cmol/dm3 ; Mg - 0,8 cmol/dm3 ; Na - 0,01 cmol/dm3 ; Al - zero; Fe - 45,1 mg/Kg; Cu - 0,9 mg/Kg; Zn - 0,1 mg/Kg; Pb - 0,1 mg/Kg; Cd - < 0,01 mg/Kg; As - < 0,01 mg/Kg e Hg - < 0,01 mg/Kg. Passo 4 Os autores Huertos & Baena (2008), afirmam que a presença de carbonatos além de garantir a manutenção de pH elevado, tende a induzir a precipitação dos metais (especialmente como carbonatos) e adsorver determinados metais. Na ocorrência de monitoramento prolongado é esperado que a manutenção na tendência crescente nos valores de pH e consequentemente uma redução maior nos teores de metais retidos, seja na forma de precipitada ou adsorvida. E posteriormente, com prováveis condições ambientais favoráveis à mobilidade desses metais, a sua liberação não ocorreria devido ao fato de já estarem fora do sistema retidos na estrutura de minerais estáveis ou adsorvidos em fases amorfas. Por meio do histórico e do levantamento fotográfico da situação da área observou-se que o passivo ambiental existe, e é necessário monitoramento de diferentes formas a se complementar a interpretação da dinâmica da contaminação ou poluição nos diferentes meios possíveis de serem afetados. As concentrações totais dos metais apresentaram valores homogêneos de acordo com cada série de amostragem. Os teores dos metais que poderiam acarretar contaminação não ultrapassaram os valores de referência de um solo natural de acordo com os valores orientadores da CETESB (2014). Estudos de geofísica (eletrorresistividade) nas proximidades da área (CAVALCANTI et al., 2011) indicam valores anômalos de condutividade elétrica nas águas subterrâneas, possibilitando a lixiviação destes metais para a zona saturada, contribuindo para a manutenção da pluma de contaminação. A partir dos resultados analisados antes e após a calagem, e observando-se que os teores originais já se apresentam reduzidos, na ocorrência de valores maiores, provavelmente a técnica utilizada poderia ser ainda mais eficaz na estabilização dos metais. Tabelas e figuras dos resultados do piloto de estabilização de metais no solo (em anexo).