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Fitorremediação de solos contaminados – Experimento 2 – Plantio de espécies acumuladoras de metais em áreas que receberam resíduos sólidos urbanos.

A prática de aterrar o lixo é um dos meios mais antigos de disposição de resíduos sólidos e tem sido adotada por séculos. Parte dos resíduos aterrados dá origem ao chorume, um líquido extremamente poluente com odor fétido e coloração escura, formado a partir da biodegradação da matéria orgânica. Esse efluente é uma das maiores restrições em relação ao descarte de rejeitos diretamente sobre o solo, uma vez que, durante a percolação do chorume, desde a zona vadosa até a zona saturada do aquífero, vários compostos químicos e biológicos podem ser transportados e, consequentemente, poluir o solo, o aquífero e as águas superficiais. O Distrito Federal conta atualmente com 3.015.268 habitantes (IBGE, 2019), cujos resíduos sólidos foram descartados no Aterro Controlado do Jockey Club, popularmente conhecido como Lixão da Estrutural, desde o início da década de 1970 até o início de 2018. A constante atividade antrópica acarretou no aumento do volume desses resíduos, o que resultou em inúmeros problemas ambientais relacionados aos métodos inadequados de disposição e estocagem, provocando a contaminação do solo e das águas subterrâneas. À vista disso foi elaborado um diagnóstico de contaminação fundamentado com testes pilotos a partir de tecnologias adequadas para o efetivo controle da contaminação e remediação dos danos causados. A fitorremediação representa a propriedade de que diferentes espécies vegetais apresentam de reter contaminantes dispersos nos solos. De forma geral a pesquisa de espécies para fitorremediação é baseada em espécies de ciclo curto utilizadas em lavouras (ex.: girassol, milhos, leguminosas, etc.). Entretanto, existem espécies florestais que também apresentam a propriedade de retenção e metais pesados e outros contaminantes (Silva et al. 2019). Os metais pesados ou metais de transição mais comumente encontrados como fonte de contaminação são o Cádmio, chumbo, cobalto, cobre, mercúrio níquel e zinco. Estes cátions apresentam a propriedade de se ligarem com a hemoglobina do sangue e causar sérios problemas à saúde humana (Silva et al. 2019). Para crescer e completar o ciclo de vida, as plantas devem adquirir não apenas macronutrientes (N, P, K, S, Ca e Mg), mas também micronutrientes essenciais, como Fe, Zn, Mn, Ni, Mo e outros metais que funcionam como micronutrientes. Plantas desenvolveram mecanismos altamente específicos para reter, translocar e armazenar esses nutrientes. Por exemplo, o movimento do metal através das membranas biológicas é mediado por proteínas com funções de transporte. Além disso, mecanismos sensíveis mantêm a concentração intracelular de íons metálicos dentro da faixa fisiológica. Em geral, o mecanismo de captação é seletivo, plantas preferencialmente adquirindo alguns íons sobre outros. A seletividade da captação de íons depende da estrutura e propriedades dos transportadores de membranas. Essas características permitem que os transportadores reconheçam, vinculem e mediam o transporte transmembrana de íons específicos. Nesse experimento foi feito o plantio de espécies arbóreas nativas, incluindo: Mama-cadela (Brosimum gaudichaudii), Ipê roxo (Handroanthus impetiginosus), Angico (Anadenanthera macrocarpa), Pata-de-Vaca (Bauhinia forficata), Jatobá (Hymenaea courbaril), Fedegoso (Senna macranthera), Mulungu (Erythrina verna), Copaíba (Copaifera langsdorffii), Cedro (Cedrus) e Baru (Dipteryx alata) e exótica: Eucalipto (Eucalyptus) e de cultivo de ciclo curto: Sorgo (Sorghum bicolor) e Girassol (Helianthus annuus) em área adjacente ao lixão da Estrutural e verificação dos teores de metais acumulados na biomassa.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS

Desafios OICS

  • Tratamento e recuperação de áreas contaminadas ou degradadas
  • Saneamento adequado
  • Ar e água superficial e subterrânea limpos
  • Qualidade de vida, saúde e nutrição

Eixos PCS

  • AÇÃO LOCAL PARA A SAÚDE
  • GESTÃO LOCAL PARA A SUSTENTABILIDADE

Palavras-chave

  • Fitorremediação
  • Descontaminação de solo
  • Fitorremediação de solos contaminados
  • Recuperação do Lixão do Distrito Federal

Atores

Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Distrito Federal - Sema/DF

governamental

Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos (Sugars) da Sema/DF

governamental

Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (responsável pela gestão e controle da URE - SLU

publico-privada

Fornecedores

publico-privada

Finatec - Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos

Público beneficiado

População dos arredores do antigo Lixão da Estrutural

Processo de articulação

A Sema/DF desde o início da implementação do projeto CITinova em Brasília se aproximou do SLU para dar conhecimento e também trocar informações quanto a execução dos trabalhos que seriam realizados no “Lixão”, foram realizadas diversas reuniões entre gestores e equipes da Sema e do SLU para alinhamento, inclusive elaboração do termo de referência que viria a ser a base da contratação da Finatec. Após a assinatura do contrato de realização do Diagnóstico Ambiental e proposta de remediação do “Lixão da Estrutural” com a Finatec, o SLU autorizou, sem maiores dificuldades, à equipe técnica contratada a utilizar a área da URE para as atividades dos projetos-pilotos.

Investimento necessário

DE 100 ATE 500 MIL

Especificação dos valores

  • Seleção da área (em função da declividade e ausência de aterros acumulados) – R$ 10.000,00;
  • Limpeza da área com auxílio de máquinas para retirada da vegetação invasora – R$ 6.000,00;
  • Primeira campanha de coleta de amostras; seleção das espécies, plantio, monitoramento do desenvolvimento da biomassa, e irrigação – R$ 70.000,00;
  • Segunda campanha de coleta de amostras com avaliação dos resultados e elaboração de relatório analítico – R$ 30.000,00

Piloto

Período de implementação

Início 25/11/2019

Finalização 20/06/2020

País

Brasil

Estado/província

Distrito Federal

município

Brasília

bairro

Cidade Estrutural

Localização

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