Artigo Estudos de Caso

Aéro-Seine em Paris

Metodologia

Ambiente Construído

Sistema de resfriamento de espaços públicos via evaporação da água

França

Paris()

O dispositivo de resfriamento para espaços públicos urbanos Aéro-Seine, projetado pelo estúdio de design Isabelle Daëron, da França, foi instalado na rua Blanchard, em Paris, em 27 de julho de 2019, implementado como parte do redesign da mesma rua. O dispositivo usa a rede de água não potável, que foi criada em Paris no século XIX para ser usada para regar jardins públicos e limpar as ruas. A rede de água capta a água do rio Sena e vai para três estações de tratamento de água, onde é apenas filtrada e não tratada quimicamente, o que a torna uma água mais barata e com menos carbono. O dispositivo instalado tem capacidade de criar uma climatização que permite resfriar o ar ambiente de 2 a 4° Celsius, pela evaporação da água via o material poroso instalado no solo.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Informação não disponível.

Desafios

  • No lugar de um espaço com asfalto não poroso e que aumenta o aquecimento global, é utilizado um material que, combinado com a água não potável, proporciona o resfriamento da área, diminuindo o efeito ilha de calor.

Motivação

Na cidade de Paris, as temperaturas médias diárias já são 2° a 3° Celsius mais altas do que no resto da região denominada Ile de France e pode chegar a 10° Celsius mais altas no verão, em comparação com as áreas rurais vizinhas. O número crescente de episódios escaldantes em Paris, França ou em outros lugares do mundo deve encorajar a adaptação rápida dos territórios às questões climáticas. Segundo reportagem na revista Veja de agosto de 2019, “A Europa amanheceu dia 25 de julho de 2019, sob uma onda de calor que ultrapassou os 40° Celsius, com recordes de temperatura na Alemanha, Holanda e Paris, na França. Em Paris, o recorde anterior datava do verão de 1947: 40,4° Celsius.” Com o objetivo de diminuir a temperatura em alguns lugares públicos, na cidade de Paris, foi instalado o dispositivo de resfriamento para espaços públicos urbanos Aéro-Seine. A instalação foi facilitada pelo fato de a cidade já dispor de uma estrutura pronta que é a rede de água não potável, que a torna barata para ser utilizada para a climatização.

Contexto

Paris é a capital da França, com uma população estimada em 2020 de 2.148.271 habitantes em uma área de 105 quilômetros quadrados. Desde o século XVII, Paris é um dos principais centros de finanças, diplomacia, comércio, moda, ciência e artes da Europa. Em 2017, a região de Paris teve um PIB de 709 bilhões de euros. Em 2018, Paris recebeu 16,8 milhões de turistas, sendo a oitava cidade mais visitada do mundo naquele ano, assim como a segunda cidade da Europa, depois de Londres. Como todas as grandes metrópoles do planeta, Paris sofre as consequências ambientais ligadas à escalada da sua população e da sua atividade econômica, é a capital de maior densidade populacional da Europa, os espaços verdes são poucos e de baixa biodiversidade, apesar dos parques e jardins que tem sido criados no curso das duas últimas décadas a fim de amenizar essa carência. A poluição atmosférica e a poluição sonora constituem problemas de saúde pública, por esse motivo, criaram-se redes de monitoramento de poluição. Para melhorar a qualidade do ar, a cidade decidiu proibir automóveis fabricados antes de outubro de 1997 de circular nos finais de semana. Quanto ao setor educação, cerca de 40% dos parisienses possuíam diploma de nível superior em 2009, a maior proporção na França, enquanto 13% não possuem diploma, a terceira menor porcentagem na França. A educação em Paris e na região de Ilê-de-France emprega aproximadamente 330 mil pessoas, 170.000 das quais são professores ensinando aproximadamente 2,9 milhões de crianças e estudantes em cerca de 9 mil escolas e instituições de ensino fundamental, médio e superior. Os serviços de saúde e serviços médicos de emergência na cidade de Paris e na região metropolitana são fornecidos pela Assistance Publique – Hôpitaux de Paris (AP-HP), um sistema público que emprega mais de 90 mil pessoas (incluindo profissionais, pessoal de apoio e administradores) em 44 hospitais. É o maior sistema hospitalar da Europa, fornecendo assistência médica, ensino, pesquisa, prevenção, educação e serviços médicos de emergência em 52 ramos da medicina. Os hospitais recebem mais de 5,8 milhões de pacientes, anualmente.