Soluções em Foco #22: Índice de Cobertura Vegetal Urbana

30/08/2024


Atualizado em 30/08/2024  |  por Equipe OICS

Com a expansão das cidades, o adensamento urbano pode levar a problemas significativos, como o aumento da poluição atmosférica e visual, a desregulação do microclima e a formação de ilhas de calor. A impermeabilização do solo, resultante da construção intensa, reduz a infiltração das águas da chuva e contribui para inundações, agravando ainda mais esses problemas. Para enfrentar esses desafios, é crucial que os gestores urbanos adotem estratégias que integrem mais áreas verdes, e é nesse contexto que o Índice de Cobertura Vegetal Urbana (ICVU) se destaca como uma ferramenta essencial.

Inspirado no Índice Biotope Area Factor (BAF), desenvolvido inicialmente na Alemanha, o ICVU mede e promove a proporção de espaços verdes nas áreas urbanas. O índice avalia a cobertura vegetal existente, incluindo áreas arbóreas, arbustivas e rasteiras, com o objetivo de aumentar essas áreas em regiões densamente ocupadas. Isso contribui para a melhoria da qualidade de vida e o equilíbrio ambiental. A criação e o monitoramento do ICVU permitem aos tomadores de decisão avaliar a situação atual e planejar ações futuras para incrementar a vegetação urbana.

A implementação de estratégias baseadas no ICVU traria múltiplos benefícios. A expansão de áreas verdes reduziria a poluição atmosférica e visual, melhoraria a regulação térmica e ajudaria a combater as ondas de calor. Além disso, a criação de espaços verdes facilitaria a infiltração das águas da chuva, mitigando inundações e promovendo a saúde hídrica urbana. A vegetação também pode aumentar a biodiversidade e proporcionar um ambiente urbano mais agradável e saudável para os habitantes.

No entanto, um estudo recente do MapBiomas revela que apenas 6,9% das áreas urbanas nas cidades brasileiras são cobertas por vegetação. A ausência de aplicação do ICVU no Brasil destaca uma falta de comprometimento com políticas urbanas sustentáveis e um investimento insuficiente em espaços verdes. Sem um diagnóstico preciso e ações estruturadas, como as proporcionadas pelo ICVU, as cidades continuarão a enfrentar os efeitos adversos da escassez de áreas verdes e perderão a oportunidade de implementar soluções eficazes para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Diante dessa realidade, é urgente incentivar a criação e manutenção de áreas verdes urbanas e a implementação de soluções sustentáveis como o ICVU. Esse índice desempenha um papel importante na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), atuando como um sumidouro de carbono ao capturar CO2 da atmosfera e contribuir para o combate às mudanças climáticas. A adoção do ICVU poderia transformar a abordagem das cidades brasileiras em relação à vegetação urbana, promovendo um futuro mais verde e sustentável.

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