Soluções em Foco #9: Ecobarreiras: remoção de lixo em sistemas de drenagem

05/04/2024


Atualizado em 05/04/2024  |  por Equipe OICS

Uma das grandes dificuldades atuais relacionadas à gestão ambiental nas cidades brasileiras é o acúmulo de resíduos sólidos. Quando esses resíduos acabam nos rios e mares próximos, o resultado é a obstrução dos sistemas hidráulicos urbanos, como galerias e poços de visita, podendo resultar em inundações e alagamentos. Por isso, esse acúmulo de resíduos nas águas urbanas compromete não apenas a funcionalidade das estruturas hidráulicas, mas também a saúde pública e o meio ambiente.

Na busca por alternativas para a recuperação e preservação da saúde dos nossos recursos aquáticos, as “ecobarreiras" surgem como uma solução. Através de malhas estrategicamente posicionadas ao longo dos rios, há a captura e remoção desses resíduos sólidos antes que eles contaminem os corpos receptores de água. A adoção dessa solução ajuda a preservar a biodiversidade aquática e a proteger as comunidades costeiras e as economias que dependem desses ecossistemas.

O lago Guaíba, por exemplo, um ponto turístico de Porto Alegre/RS, enfrentava problemas decorrentes do acúmulo de resíduos sólidos flutuantes, principalmente provenientes do rio que corta a cidade. Em resposta a essa poluição, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), em parceria com a empresa de segurança de informação Safeweb, idealizou e implementou ecobarreiras ao longo do rio Arroio Dilúvio, que desemboca no lago. Essas ecobarreiras, ilhas flutuantes com grades que capturam resíduos sólidos até 20 centímetros de profundidade, foram uma medida eficaz para conter a poluição na região.

Contudo, nem sempre essa iniciativa parte de instituições e grandes empresas. Às vezes, são os próprios indivíduos que, sentindo a dor de ver suas regiões degradadas, têm a motivação para solucionar o problema por si só. Diego Saldanha, morador de Colombo (PR), notou há alguns anos o aumento da poluição no rio Atuba, próximo de sua casa, e decidiu agir. Desde 2016, ele tem liderado esforços para limpar o rio, criando uma barreira flutuante para reter os resíduos. Com recursos próprios e muita criatividade, Saldanha utilizou, inicialmente, tambores envolvidos por redes de proteção e, ao longo dos anos, aprimorou o projeto. Mesmo sem apoio governamental, ele se dedica à preservação ambiental e compartilha mensagens para a conscientização da preservação dos rios e oceanos.

Assim, a instalação de ecobarreiras ao longo das águas das cidades representa um avanço significativo na gestão dos resíduos sólidos. Ao evitar que os detritos cheguem nos sistemas de drenagem, essa solução contribui para a manutenção do ciclo da água e, consequentemente, para a redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), associados a eventos climáticos extremos e à degradação ambiental. 

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