Artigo Estudos de Caso

Corredor Verde no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro

Metodologia

Soluções Baseadas na Natureza (NBS)

Corredores ecológicos e verdes

Brasil

Rio de Janeiro(RJ)

O Plano Municipal para Conservar e Restaurar a Mata Atlântica da cidade (SMAC 2012 - Grupo de Trabalho – Corredores Verdes – Resolução SMAC P nº183 de 07.11.2011 18/04/2012) oficializou o Programa Mosaico Carioca de Áreas Protegidas, que teve como objetivo demarcar áreas prioritárias de conectividade entre os remanescentes de ecossistemas existentes na cidade. A metodologia desse projeto foi baseada na ecologia da paisagem da cidade, para identificar os corredores de conexão e zonas de amortecimento. Dentro desse programa, o primeiro Corredor Verde implantado fica na zona oeste do Rio de Janeiro, no sistema hidrográfico das lagoas de Jacarepaguá, nas áreas baixas conhecidas como Campos de Sernambetiba, no bairro do Recreio do Bandeirantes. O Corredor Verde conecta os Parques Naturais de Marapendi, Chico Mendes e Prainha, incluindo o morro do Rangel (Área de Patrimônio Cultural designada pelo INEPAC – Instituto Estadual de Patrimônio Estadual). Essa região é composta pelas lagoas de Marapendi e Lagoinha, conectadas pelo canal das Tachas (que foi construído), e segue dentro do Terreirão (área de ocupação irregular) até um ponto sem desague no entroncamento de via expressa com uma via local. O plano do Corredor Verde para a conexão das áreas protegidas é multiescalar, compreendendo do sistema hidrográfico lagunar até intervenções locais.

Custo para Implementação

Informação não disponível

A principal fonte de recursos foi Compensação Ambiental por empresas que fizeram grandes obras na cidade.

Desafios

  • A introdução do Corredor Verde proporciona que o metabolismo urbano seja recuperado, com a conexão de áreas verdes ao longo de um canal poluído por esgoto.

  • Proporciona que o uso do solo seja destinado à proteção da biodiversidade, e com espaços para as pessoas e circulação de bicicletas.

  • A arborização e manutenção dos ecossistemas urbanos mantêm o ciclo natural da água.

  • Contribui para manejar as águas das chuvas aonde elas caem, e captam o escoamento superficial poluído nas faixas marginais de proteção do canal e das lagoas.

  • Dá mais resiliência ao sistema urbano, com melhoria no clima local e no manejo das águas em dias que grandes chuvas.

  • Os ecossistemas recuperados contribuem muito para a qualidade do ar e das águas tanto superficial quanto subterrânea.

  • A melhoria dos ecossistemas com mais biodiversidade nativa recupera e mantém serviços ecossistêmicos.

  • Oferece mais áreas verdes urbanas.

Contexto

A cidade do Rio de Janeiro possui 267 rios (mapeados) que foram canalizados ou estão enterrados em galerias e dutos. Com isso os impactos em eventos chuvosos costumam ser intensos, com enchentes, inundações e alagamentos que paralisam a cidade e causam grandes perdas financeiras, e graves problemas de saúde. Além disto, vale destacar que o Rio de Janeiro é uma cidade litorânea, com média de altitude nas áreas baixas de 2 metros acima do nível do mar. A topografia é extremamente acentuada com maciços parcialmente florestados, com picos que superam 1.000 metros de altitude. Contudo, a cidade também está sofrendo com ressacas cada vez mais fortes e frequentes, com sua costa sendo erodida pelas ondas e elevação do nível do mar. A cidade possui significativas áreas protegidas em níveis Federal, Estadual e Municipal. Contudo, os fragmentos protegidos estão desconectados, o que ocasiona ausência de processos e fluxos naturais com reflexos na qualidade de vida da população. Em relação a área do estudo de caso, o bairro do Recreio dos Bandeirantes, teve uma urbanização rápida com a erradicação de ecossistemas locais para instalar edifícios residenciais de classe média e média-alta, com loteamentos fechados. A comunidade de baixa renda do Terreirão ocupa o coração dessa região, em áreas baixas próximas ao Canal das Tachas, por falta de planejamento e controle da expansão urbana sobre áreas vulneráveis a inundações e alagamentos.