Soluções
Solução aplicável em:
Cidades de pequeno porte
Cidades de médio porte
Cidades de grande porte
Solução aplicável nas regiões:
Nível de maturidade da solução
Ideação e pesquisa
Aplicada em escala piloto
Disponível comercialmente e aplicada
Amplamente disseminada
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Tipo de Investimento
Informação indisponível
Emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Esta solução contribui para a redução da emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Justificativa
O solo captura CO2, assim como a aplicação do material em substituição ao cimento reduz a demanda energética no processo construtivo e na climatização da edificação.
Data-se do Egito antigo a fabricação e utilização nas construções tijolos de terra crua. Esta utilização deve-se principalmente pela abundância da argila e pelo clima seco da região. A abundância da argila e o clima seco formavam condições adequadas a utilização do solo como material de construção (LOURENÇO, 1999). A mesma situação é encontrada em diversas regiões do Brasil, como no semiárido nordestino, onde diversas construções são feitas com incorporação de solo como adobe e pau a pique. Estudos mostram que o aumento do teor de solo incorporado em matrizes cimentícias resulta em redução da resistência do material (SOLOMON, EKOLU, 2012; OTIENO et al., 2015), pois, ao incorporar o solo na matriz, reduz-se o consumo de cimento, principal responsável pelo ganho da resistência do material. Assim, seu uso deve ser de acordo com o desempenho mecânico alcançado pela dosagem. Uma das principais vantagens das construções com terra crua é o reduzido impacto ambiental associado à exploração e ao uso deste material. Quando comparado aos materiais de construção convencionais, a terra crua apresenta uma baixa necessidade de processamento e está disponível em abundância com custo reduzido (VAN DAMME; HOUBEN, 2018). Estudos de avaliação de ciclo de vida mostram que blocos de terra secos ao sol apresentam baixa emissão de CO2 (<0,002 kg-eqCO2/kg), assim como as taipas de pilão (0,023 kg-eqCO2/kg) (VAN DAMME; HOUBEN, 2018). Além disso, a terra crua é considerada um bom material para melhoria da inércia térmica das vedações utilizadas nas edificações, podendo ser empregada nas construções com intuito de reduzir o consumo de energia para aquecimento ou resfriamento dos ambientes.
O Problema
O concreto é atualmente o material de construção mais utilizado no mundo. Agregado a este fato apresenta-se, diretamente, um elevado consumo de Cimento Portland Comum (OPC), o mais comum dos ligantes utilizados na confecção dos concretos. Porém, o processo de fabricação do OPC gera elevados impactos ambientais. Estima-se que cada tonelada de clínquer (principal componente do cimento) fabricado consuma 1,57 toneladas de matéria-prima (CHOUDHURY; SALEEM HASHMI, 2020). Segundo (VISEDO; PECCHIO, 2019) a produção de cimento é responsável por 7% de todo o CO2 emitido na atmosfera pelo homem. Adicionalmente, a construção civil foi responsável por 36% do consumo de energia mundial e 37% das emissões mundiais de CO2, em 2020 (UNEP, 2021). Sabe-se que a maior parte do consumo energético e consequente emissões de CO2 das construções é proveniente do consumo de eletricidade para aquecimento ou resfriamento dos ambientes (HUSSAIN et al., 2019; UNEP, 2021). Assim, o desenvolvimento e utilização de materiais de construção sustentáveis que favoreçam a captura e estoque de CO2, conforto térmico dos usuários e reduza o consumo de energia das edificações torna-se fundamental na busca de construções mais eficientes e com menor impacto ambiental (SENG; MAGNIONT; LORENTE, 2019; SIQUEIRA et al., 2022) Assim, a redução do consumo de concreto atrelado com o desenvolvimento de novos materiais que substituem parcialmente o cimento, e que atendam os requisitos de desempenho, aparecem como soluções viáveis para reduzir o impacto ambiental da indústria da construção.
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