Embarcações urbanas movidas a biodiesel

Grande parte da população brasileira está concentrada em municípios localizados em áreas litorâneas ou ao longo de rios, o que confere a essas cidades um grande potencial de desenvolvimento da mobilidade aquática por meio de embarcações movidas puramente a biocombustíveis. Embarcações movidas a biodiesel são uma opção relevante em regiões que tenham disponibilidade de grãos oleaginosos, sebo bovino e óleo de cozinha. Embora ainda não seja uma solução amplamente disseminada, existem projetos em escala piloto que demonstram sua viabilidade técnica e econômica. Os principais desafios tecnológicos identificados na operação de motores a diesel com biodiesel estão relacionados à acidez elevada do biocombustível e ao controle de temperatura de combustão. Contudo, o biodiesel pode ser usado em embarcações a diesel sem maiores danos ao motor após ajustes no sistema de combustão (BIOMER, 2005). A matéria-prima com maior escala para atender à demanda de biodiesel em áreas urbanas é o óleo de soja. Além disso, o biocombustível pode ser produzido a partir de diferentes materiais graxos, assim constituindo nichos de mercado para regiões que possuem grande parte da mobilidade urbana por meio aquático. Por exemplo, municípios da bacia amazônica fazem transporte de óleo de dendê e resíduos graxos da pecuária, que uma vez convertidos em biodiesel junto a microrrefinarias, podem ser direcionados para atender à demanda de combustível das embarcações. O biodiesel é uma alternativa de minimizar o impacto ambiental da mobilidade em águas fluviais ou marítimas, permitindo que os municípios reduzam a emissão de CO2, enxofre e materiais particulados, resultando em um risco menor à saúde e ao meio ambiente. Quando obtido a partir de óleo residual de cozinha, os municípios minimizam a contaminação de recursos hídricos e o custo do tratamento da água.