Soluções
Solução aplicável em:
Cidades de pequeno porte
Cidades de médio porte
Cidades de grande porte
Solução aplicável nas regiões:
Nível de maturidade da solução
Ideação e pesquisa
Aplicada em escala piloto
Disponível comercialmente e aplicada
Amplamente disseminada
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Tipo de Investimento
Informação indisponível
Emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Esta solução contribui para a redução da emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Justificativa
A metodologia de análise de alternativas tecnológicas de tratamento dos resíduos através de rotas tecnológicas de baixas emissões permite a quantificação dos valores de toneladas de CO2e reduzidas em comparação com outras rotas de tratamento que valorizam mais os aspectos econômicos e de geração de empregos.
A geração de resíduos cresce de forma acentuada, acompanhando o aumento populacional e o desenvolvimento industrial, fatores que estão diretamente associados aos elevados índices de poder aquisitivo e consumo. Porém, nem sempre, no Brasil, são adotadas medidas adequadas de gestão dos resíduos sólidos, o que gera desperdícios e contribui para a manutenção das desigualdades sociais, além do agravamento da degradação ambiental. Para uma gestão sustentável é necessário conhecer as quantidades, composição e as propriedades dos resíduos sólidos urbanos, além das possibilidades de uso e tratamento destes materiais considerando a grande diversidade de formas de tratamentos físicos, químicos e biológicos. O tratamento de RSU pode ser compreendido como uma série de procedimentos que têm por objetivo diminuir a carga poluidora no meio ambiente, reduzir os impactos sanitários negativos e o beneficiamento econômico do resíduo. Na atualidade existem diversos tipos de tratamentos para os diferentes resíduos sólidos. No Brasil, a prática amplamente aceita para tratamento dos RSU é a disposição final em aterros sanitários, embora ainda exista no país uma enorme quantidade de lixões, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Por outro lado, nos países desenvolvidos as inovações tecnológicas evoluíram bastante e acompanharam as necessidades energéticas, materiais e ambientais em resposta às demandas da população, seu crescimento, suas culturas e economias, com base nas legislações claras e objetivas, implantadas progressivamente ao avanço das tecnologias, sensibilização social e educação de suas sociedades. A adoção do conceito de rotas tecnológicas de tratamento dos resíduos sólidos vem na direção de apoiar uma gestão sustentável, onde é possível se avaliar a melhor forma de tratamento dos resíduos, considerando desde a sua geração até sua destinação final, além dos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Assim podemos definir a rota tecnológica dos resíduos como sendo um conjunto de processos, tecnologias e fluxos dos resíduos, desde a sua geração até o seu destino final, que envolve os circuitos de coleta de resíduos indiferenciados (todo o tipo de resíduo) e resíduos diferenciados (incluindo coletas seletivas), contemplando o fluxo de tecnologias de tratamento com ou sem valorização energética” (Jucá et al, 2014). Esta solução tem por objetivo desenvolver uma ferramenta de gestão de resíduos sólidos, que possibilita a otimização de gastos públicos, através de uma análise econômica dos serviços de limpeza urbana, um melhor aproveitamento dos materiais descartados, como matéria prima e energia; além de utilizar tecnologias de baixo carbono, reduzindo emissões e promovendo a geração de emprego e renda.
O Problema
Em 2018, a geração de resíduos sólidos urbanos no Brasil atingiu 80 milhões de toneladas por ano, colocando o país como o sétimo maior gerador de resíduos do mundo. Este é um setor que movimenta cerca de R$ 28 bilhões por ano, mas gera apenas 350 mil empregos diretos e emite cerca de 30 milhões de toneladas CO2e por ano, devido à tecnologia de tratamento adotada na grande maioria dos municípios brasileiros ser os aterros sanitários. A escolha desta tecnologia se deve ao baixo custo do tratamento, quando comparada a outras. Por outro lado, são nos aterros sanitários onde encontramos as maiores emissões de GEE, a maior potencialidade de contaminação do subsolo e uma menor geração de empregos por tonelada de resíduos tratada, quando comparada com outras tecnologias. Por exemplo, um aterro sanitário gera 1 emprego para 10.000 toneladas tratadas, contra 350 empregos gerados em uma unidade de triagem manual para separar esta mesma quantidade de resíduos. O nível de emissões de GEE de um aterro sanitário pode atingir quantidades infinitamente maiores que um biodigestor, que praticamente não emite GEE. Assim sendo, ferramentas para análise sustentável visando definir as alternativas de tratamento dos resíduos de uma cidade devem incluir, além dos custos, a redução de emissões de GEE e os empregos gerados em cada alternativa escolhida. Assim, a seleção por meio de ferramento de rotas tecnológicas de tratamento permite incluir todas as etapas desta cadeia desde a geração dos resíduos, passando pelo tipo de coleta, triagem, tratamento com aproveitamento de materiais e energia, até a destinação final. Ou seja, o uso desta ferramenta para gestão sustentável permite a construção de um plano de gestão integrada mais realista e viável, com sustentabilidade econômica, social e ambiental em todas as etapas da limpeza urbana de uma cidade. Esta ferramenta se justifica sobremaneira pelo momento atual, onde a gestão sustentável é compulsória: os bancos públicos e privados incentivam a economia de baixo carbono, limitam o financiamento de projetos que não considere os aspectos sócio-ambientais, e os órgãos ambientais condicionam as licenças para novas unidades de tratamento. De acordo com o último relatório do Fundo Monetário Internacional, os países sofrem interferências significativas no seu desenvolvimento causados pelos efeitos das mudanças climáticas.
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