Fitorremediação em solo e água de áreas urbanas contaminadas

A fitorremediação é uma solução de descontaminação in situ, isto é, realizada no próprio local, que utiliza plantas e comunidades microbianas na rizosfera (região do solo influenciada pelas raízes) para degradar, extrair, conter ou imobilizar contaminantes orgânicos ou inorgânicos. A solução pode ser aplicada em solos, águas superficiais e águas subterrâneas contaminadas por atividades industriais e comerciais, como por exemplo, postos de gasolina e aterros sanitários, contribuindo também para o saneamento. Dessa forma, pode ser aplicada na descontaminação de hidrocarbonetos derivados de petróleo, solventes clorados, pesticidas, herbicidas, compostos inorgânicos, explosivos, metais, resíduos orgânicos industriais, radionuclídeos lixiviados de aterros sanitários, entre outros (PINHEIRO, 2015; COSTA, 2019; KUMAR et al., 2022). Existem diferentes tipos de fitoremediação: (i) fitoestabilização, que utiliza plantas para reter contaminantes no solo, evitando maior dispersão; (ii) fitoextração, que utiliza plantas para acumulação dos contaminantes na biomassa, a fim de extrair e remover os contaminantes do solo; (iii) fitovolatilização, envolve a absorção de contaminantes por raízes, sendo volatilizados para a atmosfera; (iv) fitofiltração, que utiliza plantas cultivadas hidroponicamente para absorver ou adsorver contaminantes de águas subterrâneas e resíduos aquosos, (v) fitodegradação, que consiste na degradação de contaminantes orgânicos através de atividades metabólicas nos tecidos vegetais; (vi) rizodegradação, que consiste na degradação de contaminantes orgânicos através da liberação de enzimas das raízes (GREIPSSON, 2011; YAN et al. 2020). Diversas espécies de plantas podem ser utilizadas no processo de fitoremediação, dentre elas destacam-se as dos gêneros Phragmites (também conhecido como Caniço), Tamarix (Tamargueira), Nicotiana (Tabaco), Helianthus, Salix (Salgueiro), Typha (Bunho) e Arabis (VASCONCELLOS et al., 2012). A aplicação da fitorremediação traz diversas vantagens ambientais e econômicas. Por ser uma solução que aproveita os processos naturais das plantas, essas realizam grande parte do trabalho, demandando menos equipamentos e mão de obra quando comparado a outros métodos tradicionais, incorrendo em menores custos. Além disso, o uso de plantas contribui para o controle da erosão do solo, melhora a qualidade do ar e contribui para o bem-estar da população local. Por fim, é uma solução que pode ser aplicada em áreas urbanas extensas e com grande variedade de poluentes simultaneamente (COSTA, 2019).