Lagoas costeiras urbanas são patrimônios das cidades que podem ser preservados, conservados e recuperados com a implementação de parques ecológicos multifuncionais ao longo de suas margens. Dessa forma, o parque consiste em uma infraestrutura ecológica que objetiva a melhoria na qualidade ambiental da lagoa. Para evitar o assoreamento contínuo do ecossistema, utiliza-se bacias de sedimentação, diminuindo a entrada de sólidos suspensos, funcionando como tratamento primário. Além das bacias de sedimentação, introduz-se áreas alagáveis que filtram as águas com plantas macrófitas nativas, absorvendo a matéria orgânica e tratando os efluentes e lodos da lagoa. Com o tratamento dos efluentes há melhoria da qualidade da água, diminuindo a possibilidade de eutrofização do sistema. Sendo assim, esta solução baseada na natureza oferece múltiplos benefícios, criando habitat para espécies aquáticas, avifauna e espécies terrestres de grande importância para o equilíbrio ecológico da região. Os parques ecológicos beira-lagoa dão sustentabilidade e resiliência ao sistema urbano, contribuindo diretamente na adaptação das cidades às mudanças climáticas por acomodarem águas de chuvas intensas, moderarem o clima, capturarem carbono, e possibilitarem a mobilidade limpa e ativa. Em tempos secos, as áreas de acomodação de águas podem ter diversos usos focados nas pessoas como, por exemplo, quadras poliesportivas e áreas para skate, patins, patinete, entre outros. As margens devem ser arborizadas e podem possuir pistas para caminhadas, ciclovias e áreas para piqueniques, como também outros equipamentos que gerem usos e apropriações pelas pessoas.