Soluções
Solução aplicável em:
Cidades de pequeno porte
Cidades de médio porte
Cidades de grande porte
Solução aplicável nas regiões:
Nível de maturidade da solução
Ideação e pesquisa
Aplicada em escala piloto
Disponível comercialmente e aplicada
Amplamente disseminada
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Tipo de Investimento
Informação indisponível
Emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Esta solução não contribui para a redução da emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Justificativa
A solução traz melhorias para o ciclo hidrológico, além de minimizar os impactos de escassez hídrica, tendo impacto positivo nos ecossistemas. Assim, não se traduz diretamente em mitigação de emissões de gases de efeito estufa.
A visão tradicional de projetos de drenagem vem sendo modificada nas últimas décadas pela busca de soluções sistêmicas para as bacias hidrográficas, com uma abordagem integrada que concilie manejo sustentável das águas pluviais e planejamento do espaço das cidades. Nesse contexto, há um crescente interesse na requalificação de rios e cursos d’água em todo o mundo, inclusive em áreas urbanas. A Requalificação Fluvial Urbana (RFU) é um instrumento de planejamento urbano que objetiva recuperar características naturais dos corpos hídricos. Deve atuar de forma integrada e transdisciplinar em bacias, não só com foco no controle de enchentes, mas também abordando as questões de urbanismo, uso e ocupação do solo, melhoria ambiental dos cursos d'água, e considerando a possibilidade de recuperação de atributos relativos à qualidade físico-química e hidromorfológica. A RFU é implementada por meio de uma abordagem ecossistêmica. Introduz o conceito de reabilitação do rio sob o ponto de vista ambiental, percebendo a cidade como um organismo em constante transformação e, portanto, capaz de modelar-se e adaptar-se às demandas de recuperação dos cursos d'água. Salienta-se que a requalificação pode coincidir com o projeto da paisagem, no sentido da arquitetura paisagística, mas não se limita a isso e não é o seu sentido mais geral e intrínseco. A requalificação fluvial pode implicar em uma revisão mais ampla na organização do território abrangendo a gestão, o assentamento e a infraestrutura. Para realizar a requalificação fluvial de uma bacia é essencial partir do diagnóstico da área em estudo. Dentre os instrumentos de diagnóstico, inicialmente pode-se citar o modelo REFLU, que permite avaliar a qualidade de um rio urbano por um método quantitativo, e é passível de comparação entre possíveis intervenções para melhoria de qualidade do sistema fluvial como sistema natural em bacias urbanas. Ele é calculado a partir da soma de diversos efeitos relacionados à qualidade fluvial. Outro instrumento é o modelo MODCEL, que permite avaliar grandes planícies de inundação por meio do esquema de células de escoamento. A RFU traz melhorias para o ciclo hidrológico, além de minimizar os impactos de escassez hídrica, tendo impacto positivo nos ecossistemas. Além disso, a solução promove, indiretamente, a qualidade de vida da população, minimizando gastos com saúde. Finalmente, a solução é potencial geradora de receitas associadas à reinserção de atividades de turismo e pesca nas bacias.
O Problema
O crescimento desordenado das cidades, associado à ausência de planejamento integrado, levaram a que as prioridades dos centros urbanos se confundissem com a urgência na demanda por moradias. Assim, as margens dos rios foram desmatadas, e área irregulares de encostas e alagadiças foram ocupadas por habitações. Outra ação negativa, se não planejada e gerida, é a prática de retificação dos rios, que é empregada para o escoamento de cheias, viabilizar a navegação, ocupar terrenos marginais ou rebaixamento do nível d’água. Nesse caso, há possíveis consequências, tais como o aumento da velocidade do rio e o aumento do processo erosivo. A RFU busca endereçar essa problemática, ao redefinir os limites desta requalificação, estabelecendo um estado de referência e equilibrando o ambiente natural e construído de forma aceitável e harmônica.
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