Resíduos da construção e demolição (RCD) para uso não estrutural

A incorporação de Resíduos da Construção e Demolição (RCD) na fabricação de novos materiais resulta em benefícios ambientais, uma vez que se reduz a quantidade de resíduos dispostos no meio ambiente; benefícios econômicos, já que a utilização deste resíduo gera uma nova gama de indústria para beneficiamento; e novas oportunidades de emprego, além de reduzir o consumo de cimento, reduzindo o consumo energético relacionado à esta produção. Os RCD podem ser empregados para usos não estruturais, sendo que a principais aplicações são: pavimentação, materiais de fechamento (alvenaria não estrutural) e argamassas. Estudo realizado por Rodríguez et al (2016) concluiu que as propriedades essenciais para utilização de blocos para pavimentação, passeios e telhas foram alcançadas quando da substituição de até 25% de agregados naturais por agregados reciclados. Por sua vez, Juan-Valdés et al. (2018) concluíram que uma substituição de 50% de brita por agregados reciclados levou a um bom acabamento superficial, textura e cor dos blocos de concreto não estruturais produzidos, de maneira similar aos tradicionais. Além disso, os resultados mostraram que os blocos produzidos com a substituição dos agregados naturais pelos reciclados alcançaram todos os parâmetros normativos desejados. Embora seja comum o emprego do RCD para fins não estruturais, existem deficiências na gestão de resíduos que dificultam sua reciclagem. Isto porque há ainda uma baixa taxa de segregação de resíduos de construção e demolição. Ou seja, em geral, as caçambas de entulho recebem diversos tipos de resíduos e rejeitos, o que dificulta a triagem desse tipo de material para seu processamento, principalmente, quando se trata de pequenos geradores.