Artigo Estudos de Caso

Parque de dados de Estocolmo

Metodologia

Energia

Reaproveitamento do calor de Data Centers

Suécia

Condado de Estocolmo()

Este estudo de caso aborda o desenvolvimento de data center verdes em Estocolmo, Suécia. Destaca-se que o objetivo da cidade de Estocolmo é ser totalmente isenta de combustível fóssil até 2040. Hoje em dia, a Suécia possui 2.057 usinas hidroelétricas, o que representa 40% da geração de energia. O restante vem, principalmente, da energia nuclear e do carvão. O país pretende se tornar 100% livre de combustíveis fosseis até 2040. A captura e reutilização de energia rejeitada não é novidade no ambiente comercial e industrial, com muitas empresas envolvidas em processos industriais abrangendo os benefícios econômicos e ambientais da reutilização dessa energia dentro de um processo de fabricação ou sempre que outras necessidades de aquecimento existam. O parque de dados de Estocolmo (Stockholm Data Parks), em parceria com outras entidades, trabalha numa iniciativa que espera gerar calor suficiente para aquecer 2.500 apartamentos até 2018. O objetivo de longo prazo é atender a 10% da demanda de aquecimento da cidade até 2035. Esta iniciativa funciona em parceria com o governo da cidade de Estocolmo, a agência local de aquecimento e refrigeração Fortum Varme e outras entidades. Vários importantes data centers de Estocolmo participam da iniciativa e o numero está crescendo. Recentemente, o programa anunciou parcerias com centros de dados administrativos por grandes empresas internacionais como a Ericsson e a cadeia de roupas H&M. O esquema de manutenção da temperatura e transporte do calor é simples: a água fria entra nos centros de dados por meio de canos, e é usada para resfriar o ar que evita o superaquecimento dos servidores. Depois a mesma água que acabou sendo aquecida no processo volta para os canos e segue para as dependências da agência Fortum, onde é distribuída para o aquecimento dos moradores (Biba, 2018). De acordo com os centros de dados da Suécia, são necessários 10 MW de energia para aquecer 20 mil apartamentos modernos e um típico data center do Facebook, por exemplo, utiliza 120 MW. Há tempos que a Suécia adota ideias a favor de modalidades de geração de energia mais ecológicas. De acordo como o gerente de clima da cidade de Estocolmo, Bjorn Hugosson, isso se deve ao fato de que o país possui poucos recursos naturais. Como o resfriamento do data center representa uma parcela significativa da energia consumida, há um foco crescente na melhoria da eficiência das soluções de resfriamento. Os principais objetivos por trás do resfriamento de um ambiente de data center é fornecer a quantidade certa de resfriamento da maneira mais eficiente e confiável possível, quando necessário. Tradicionalmente, isto foi conseguido utilizando equipamento de arrefecimento termodinâmico mecânico para proporcionar o arrefecimento necessário, sendo o calor removido rejeitado para a atmosfera exterior através de um sistema de rejeição de calor por ar ou água. Seja usando equipamento de resfriamento mecânico sozinho ou em combinação com sistemas de resfriamento livre, a abordagem tradicional para resfriar um data center ainda envolve rejeitar o calor para a atmosfera do planeta, contribuindo diretamente para o aquecimento do planeta.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Um dos incentivos para que as empresas se juntem ao programa é financeiro - elas vendem o calor residual. Além disso, a Fortum fornece água gelada para o resfriamento dos armazéns gratuitamente.

Desafios

  • A solução promove a redução do uso de combustíveis fósseis.

  • A iniciativa pretende produzir energia a partir do calor subutilizado e gerado pelos data centers.

Contexto

Estocolmo é o maior e mais importante centro urbano, cultural, político, financeiro, comercial e administrativo da Suécia. Sua localização estratégica sobre 14 ilhas no centro-sul da costa leste da Suécia, ao longo do Lago Malar, tem sido historicamente importante. Uma vez que a capital sueca está situada sobre ilhas conhecidas por sua beleza, a cidade é destino de turistas de todo o mundo, tendo sido apelidada nos últimos anos de "Veneza do Norte". A cidade de Estocolmo tem um clima continental. Devido à latitude da capital sueca, o clima deveria ser mais frio, no entanto é ameno devido à influência da Corrente do Golfo. A duração do dia, em média, varia entre 18 horas, no verão, e 6 horas no inverno, sendo que a cidade desfruta de 1821 horas de sol anualmente. Os verões são agradáveis com a temperatura máxima a variar entre os 20°C e os 23°C e a mínima à volta dos 15°C. Os invernos são frios com temperaturas próximas a 0°C. A precipitação anual é de 539 mm, sendo que a média de dias úmidos por ano é de 164. Durante os meses de dezembro a março ocorrem normalmente nevoeiros que cobrem a cidade durante várias semanas. Estocolmo possui uma área de 381,63 km², 932.917 habitantes e uma densidade populacional de 4,230/km². A grande maioria dos habitantes de Estocolmo trabalha no setor dos serviços, que representa aproximadamente 85% dos empregados da cidade. A quase total ausência de indústria pesada na cidade faz com que esta seja uma das mais limpas da Europa e do mundo. Na última década, geraram-se muitos postos de trabalho na capital sueca, principalmente na área da alta tecnologia, devido ao desenvolvimento caseiro de empresas dessa natureza tal como a fixação de companhias multinacionais desse gênero. A IBM, Ericsson e Electrolux têm sedes na cidade. Estocolmo é o centro financeiro da Suécia. Na cidade encontram-se sediados os maiores bancos do país, tais como o Swedbank, o Handelsbanken, e o Skandinaviska Enskilda Banken, e também muitas companhias de seguros, como por exemplo a Skandia e Trygg-Hansa. Os principais índices bolsistas suecos estão representados na Bolsa de Estocolmo (Stockholmsbörsen). Também estão instaladas na cidade as principais sedes de lojas de departamento tal como a H&M. Em Estocolmo o ensino é até os 18 anos, e as crianças aprendem quatro línguas diferentes. Os imigrantes que vivem no município e tem filhos têm o direito de aprender a língua materna.