Artigo Estudos de Caso

Jardim de Chuva no Largo das Araucárias

Metodologia

Soluções Baseadas na Natureza (NBS)

Jardim de chuva

Brasil

São Paulo(SP)

O jardim de chuva do Largo das Araucárias (nome dado pelos organizadores da transformação do local) é pioneiro na implantação de solução baseada na natureza para manejar águas das chuvas, coletando águas de escoamento superficial de aproximadamente 900 m² da rua que está a montante. Em uma área de aproximadamente 600m² foram implantados dois jardins de chuva que somam aproximadamente 450 m². Além de reduzir alagamentos nas áreas próximas, o largo ainda oferece áreas agradáveis de sombra e descanso para as pessoas com muita biodiversidade. Foram introduzidas vegetação de Mata Atlântica e Cerrado Paulistano, dois biomas que recobriam as paisagens antes da urbanização. O projeto foi desenvolvido por um grupo de moradores, por um engenheiro ecológico (que realizou o cálculo do fluxo hídrico e das áreas de acomodação das águas), e por especialistas em ecossistemas nativos da cidade de São Paulo (que realizaram a seleção de espécies feitas).Por fim, o projeto foi financiado por um dos moradores do bairro.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Moradores da região

Desafios

  • Reintrodução de espécies de ecossistemas nativos combinados com o jardim de chuva criando uma praça em área degradada

  • Restabelece a infiltração das águas pluviais em área majoritariamente impermeabilizada

  • Possibilita manejo de águas das chuvas, tirando a sobrecarga da rede de drenagem urbana

  • Proporciona mais resiliência com relação tanto em relação a enfrentar fortes eventos climáticos, também como reduz a Ilha de Calor Urbano

  • Melhora a qualidade da águas que são filtradas pelas raízes da vegetação e pelo solo ao serem infiltradas recarregando o lençol sub superficial

  • Melhora a saúde da população, tanto por oferecer área para permanência quanto pela melhoria ambiental

  • Múltiplos serviços ecossistêmicos são oferecidos por conta do jardim de chuva e da vegetação introduzida

  • Criação de área verde em área muito movimentada

  • O jardim de chuva proporciona transformação na cidade, tanto espacialmente quanto culturalmente, trazendo os processos naturais para a visualização pela população

  • Projeto implementado por iniciativa dos moradores, e apoiada pela sub-prefeitura

Contexto

O clima na cidade de São Paulo mudou com a urbanização, na medida em que os ecossistemas foram suprimidos e substituídos por pavimentação e edificações, eassim a garoa deu lugar a fortes tempestades. Cerca de 3.000 Km de rios e as áreas de acomodação das águas também desapareceram das paisagens.As enchentes, inundações e alagamentos se tornaram frequentes e causam danos e prejuízos que muitas vezes paralisam a cidade. Com esse processo, as águas são contaminadas, o que agrava as questões de saúde humana em dias de temporal. As áreas verdes, públicas e privadas, em sua grande maioria, possuem vegetação estrangeira que cumpre funções primordialmente estéticas. A arborização da cidade sofre com os ambientes secos,poluídos e com a ilhas de calor urbano que afetam a qualidade de vida e a saúde das pessoas. O largo das Araucárias, onde o projeto de jardim de chuva foi implementado, homenageia as árvores que eram abundantes antes da ocupação urbana e está localizado em área de grande movimento na cidade, a 50 metros do conhecido Largo da Batata, no Bairro de Pinheiros. A região em que o jardim foi instalado passou por grandes transformações com a construção da estação de Metrô, e anteriormente com a extensão da Avenida Faria Lima (que possui quatro pistas carroçáveis de cada lado). Antes das obras que pavimentaram extensas superfícies, a área era residencial e comercial, com arborização nas ruas e quintais e diversas áreas para caminhadas. E especificamente no terreno do jardim de chuva havia um posto de gasolina que foi desativado para a abertura de uma rua. Fato interessante é que este espaço ficou com tapumes e foi abandonado durante anos depois da demolição das instalações do posto, mas os tanques de gasolina continuaram enterrados. Esse local se tornou ao longo do tempo um depósito de entulho, com moradores de rua que passaram a ocupar o local.