Artigo Estudos de Caso

Jardins Filtrantes como solução para águas cinzas: Estudo de caso da Embrapa de São Carlos (SP)

Metodologia

Saneamento Ambiental - ÁGUA

Sistemas alternativos para tratamento descentralizado de efluentes

Brasil

São Paulo(SP)

Metodologia

A fitorremediação é uma técnica que explora a propriedade de interação entre bactérias localizadas nos rizomas das plantas e os diferentes tipos de contaminantes. Assim, a técnica consiste no uso de plantas para remover, reduzir ou imobilizar contaminantes presentes na água, no solo e no ar. Essa interação promove transformações químicas nas moléculas que resultam em formas não tóxicas, ou seja, inofensivas ao ecossistema (Mendes, 2017). No caso das águas cinzas, as plantas interagem com as bactérias, onde por meio de fotossíntese é produzido a maior parte do oxigênio utilizado pelas bactérias aeróbicas na degradação da matéria orgânica. Outro fator também importante é a presença de micorrizas, que colaboram para o aumento da absorção de água e elementos inorgânicos pelas plantas. Esse sistema utilizam macrófitas, que são plantas que estão todo o tempo submersas em água ou por alguns meses em cada ano, são abundantes, tem alta produtividade, e contribuem para a diversidade biológica. Em um sistema de tratamento pode-se optar por usar essas plantas isoladamente ou combinadas entre si. Para instalação de um jardim filtrante, inicialmente deve-se fazer uma vala no solo com aproximadamente 1 m2 de área superficial/ habitante. Essa caixa deve possuir o fundo impermeabilizado com uma geomembrana que consistem em uma manta de liga plástica, elástica e flexível como PVC, EPDM ou equivalente. Antes da entrada do Jardim Filtrante, deve ser instalada uma caixa de decantação (50 a 100 litros) que serve para retenção de sólidos e uma caixa de gordura. Após percorrer essas caixas o liquido passará por uma tubulação em forma de cachimbo, conhecida popularmente como monge, que também regula o nível da água do jardim. As tubulações de entrada e saída serão instaladas em pontos opostos da caixa. A caixa deve ser preenchida com brita e areia grossa que agem como filtros físicos para o material particulado, sustentação para as plantas e na formação do biofilme. Observa-se que para evitar que enxurradas entrem no sistema deve-se fazer uma pequena curva de nível em torno do jardim sobre a geomembrana. O jardim filtrante deve ser então saturado com água, mas vale ressaltar que deve se evitar a formação de lamina d'água para não permitir a procriação de mosquitos

Implementação

Atores

Embrapa

Governamental (de cima para baixo)

Sociedade Civil

Comunitária/Grassroots (de baixo para cima)

Produtores rurais

Comunitária/Grassroots (de baixo para cima)

Governança

O estudo de caso da Embrapa São Carlos, foi realizado após demanda da comunidade (produtores rurais, acadêmico/cientifica da Embrapa, e sociedade civil) para que a Embrapa realizasse estudos com foco em reuso de água. Este projeto contou com parcerias de empresas particulares que ajudaram a EMBRAPA na instalação do primeiro protótipo, o qual serviu como piloto. A partir dos dados alcançados com o protótipo, a EMBRAPA São Carlos, disseminou a informação.

Público-alvo

Este estudo de caso beneficiou diversos segmentos da população indo dos funcionários da Embrapa até a sociedade em geral, uma vez que a tecnologia desenvolvida é publica, e a Embrapa proporciona capacitação e treinamento para sua utilização.

Elementos de Replicabilidade

A Embrapa por meio de demanda da sociedade civil e acadêmica desenvolveu um protótipo do jardim filtrante, para reutilização de água cinza. Este protótipo é de livre acesso, e a Embrapa realiza capacitação para sua utilização. Deve ser observado que este protótipo poderá ser facilmente aplicado no Distrito Federal e deve ser difundido, uma vez que o DF possui incentivo para sua utilização. A EMBRAPA CERRADO, pode ser contactada para formação de multiplicadores e para assessoria técnica gratuita.