Artigo Estudos de Caso

Parque das Pedreiras - Curitiba

Metodologia

Ambiente Construído

Acupuntura Urbana: Revitalização de espaços urbanos degradados

Brasil

Paraná(PR)

Este estudo de caso se refere à transformação de uma área abandonada e degradada de pedreiras em um parque para entretenimento, um rico espaço para iniciativas culturais como shows, eventos e feiras, que se tornou um novo cartão postal de Curitiba a partir da inauguração da Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame. Trata-se de uma proposta de integração entre música, natureza, arte e gastronomia. O Parque das Pedreiras é composto pela Ópera de Arame, uma estrutura tubular com teto transparente projetada para se integrar à natureza local, com capacidade para mais de 1.500 pessoas, segundo a Prefeitura. O local também abriga o Espaço Cultural Paulo Leminski, onde existe um grande palco com 480 m² cercado por paredões de pedra, com capacidade para receber cerca de 20.000 pessoas. Todo o espaço está inserido entre lagos, vegetação típica de floresta de araucárias e cascatas, criando um impacto visual diferenciado na capital paranaense.

Custo para Implementação

De quinhentos a um milhão de reais

Depois de cerca de cinco anos fechada devido a uma ação civil pública, a revitalização na Pedreira Paulo Leminski custou aproximadamente 17 milhões.

Desafios

  • Recuperar áreas degradadas e a natureza do entorno como forma de aumentar a qualidade do ecossitema.

  • Reintegração de espaços degradados por meio da criação de parques com áreas verdes em regiões urbanas.

  • Espaços que oferecem qualidade de vida e lazer para o cidadão.

  • Recuperação de um espaço degradado, gerando oportunidade de comércio, emprego e renda no entorno.

Motivação

O atual Parque das Pedreiras, como o nome já diz, era uma antiga área de pedreira que se localizava a 6 km do centro da cidade de Curitiba. A pedreira começou a ser explorada comercialmente pela iniciativa privada no século 20. Em 1949, a Prefeitura arrendou o espaço e passou a explorar a pedreira para produção de antipó, usado para compor as ruas da cidade. Explorou o espaço por 32 anos, até que, em 1971, o mesmo foi abandonado, relegando uma área no centro da cidade, na principal ligação dos bairros Abranches e Pilarzinho. O então prefeito Jaime Lerner viu na pedreira um grande potencial e propôs a criação de um espaço cultural. Mas só em sua terceira gestão, nos anos 80 é que conseguiu viabilizar a ideia. Em 1990 o espaço foi inaugurado. Ao lado da Pedreira Paulo Leminski existia outra pedreira particular que já não era explorada. Com as escavações os dois locais já estavam praticamente ligados e se tornaram uma oportunidade ainda maior de revitalização. A segunda pedreira então deu espaço a Opera de Arame. O projeto inicial previa inclusive um viveiro na ligação entre as duas pedreiras, mas este não se viabilizou. Hoje o complexo que totaliza 100.000 m2, segundo a Prefeitura, o Parque das Pedreiras é uma Unidade de Conservação Ambiental onde se localiza um dos principais polos culturais da região. Em 2012 foi aberta concessão do Parque Pedreiras que hoje é gerido pela iniciativa privada com pagamento de outorga para a Prefeitura. O contrato é de 25 anos.

Contexto

Curitiba é capital do estado do Paraná, fundada em 1693 e localizada na região sul do Brasil. Teve em seus primórdios a mineração como uma de suas principais atividades econômicas. É reconhecida por ter recebido grande parte da imigração europeia no século XX – o que contribuiu muito para o desenvolvimento cultural da capital. Curitiba foi uma cidade privilegiada graças à visão de planejamento de seus gestores e da continuidade dada aos projetos ao longo dos diferentes mandatos, muito graças também à criação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – IPPUC, que até hoje exerce papel fundamental no desenvolvimento do planejamento urbano da cidade. É uma metrópole urbana com 434.967 km² e 945 m de altitude, de acordo com a Prefeitura de Curitiba. Segundo dados do IBGE, são 1.908.359 de habitantes e PIB de 83.864.936 em 2015. Ainda segundo o IBGE, são 58 m² de área verde por habitante, índice considerado alto.