Estudos
Protótipo de estação compacta para tratamento de esgotos em unidades residenciais unifamiliares
Saneamento Ambiental - ÁGUA
Sistemas alternativos para tratamento descentralizado de efluentes
Brasil
Distrito Federal(DF)
Resultados e Impactos
Esta pesquisa propôs-se a desenvolver um protótipo de estação compacta para tratamento de esgotos sanitários gerados por unidades unifamiliares. Para tal, o protótipo foi concebido, construído, instalado, operado, controlado, monitorado e avaliado sob condições reais de funcionamento. As tecnologias adotadas na concepção do protótipo de estação compacta, tanque imhoff modificado, filtro anaeróbio e decantadores laminares, revelaram-se apropriadas, uma vez que o protótipo concebido foi eficiente e não exigiu o uso de energia elétrica e equipamentos, além de não necessitar de operador e exigir apenas manutenção anual. Em relação ao material escolhido para esta fase de protótipo, a decisão pela fibra de vidro foi a mais adequada, uma vez que este tipo de material é leve e possibilita a produção de peças exclusivas com certa facilidade, além da acessibilidade às empresas que trabalham com fibra de vidro. O meio filtrante utilizado nos filtros anaeróbios foi composto por fragmentos de elétroduto, material leve e fácil de ser encontrado em lojas de construção civil. Na produção industrial do sistema, o eletroduto poderá ser substituído por recheios com maior área específica, que mantenham o custo atual do sistema. A construção do protótipo foi realizada em uma empresa especializada em fibra de vidro e, desta forma, foi possível a construção de peças exclusivas que compunham o protótipo. O local escolhido para instalação do protótipo foi ao encontro do objetivo da pesquisa, por ser uma residência térrea, unifamiliar e que não era atendida por rede coletora de esgoto. O transporte foi realizado de forma prática por um caminhão comum. A escolha do ponto no qual seria instalado na residência foi realizada com certa facilidade, sendo que optou-se por instalar antes da fossa séptica e ligado ao sumidouro existente na casa. Por fim, uma empresa especializada escavou o ponto escolhido e realizou as ligações hidro-sanitárias, sem nenhum problema para executar. A tecnologia adotada (tratamento biológico anaeróbio) pelo protótipo concebido tem como característica remover percentuais baixos de nutrientes. De forma não diferente, a eficiência obtida pelo protótipo foi de 33,09% na remoção de nitrito e, com uma eficiência um pouco melhor, obteve 68,50% na remoção de nitrato. Na mesma linha, o protótipo concebido obteve baixa remoção de fósforo, sendo de 25,17% a remoção média obtida. No atendimento às legislações ambientais, em relação aos parâmetros monitorados nesta pesquisa, o efluente do protótipo concebido está em conformidade para o lançamento em corpos d’água em nove das treze legislações estaduais avaliadas, sendo que os limites preconizados foram temperatura, pH, DQO, DBO, SST e SSed. A resolução CONAMA 430/2011 é legislação federal que preconiza os limites de lançamento de efluente sanitário e, para as características monitoradas, o protótipo se enquadrou em todos os limites. Portanto, o protótipo se mostrou uma alternativa adequada para tratamento de esgoto doméstico in situ, podendo evitar a contaminação dos corpos d’água e melhorar a qualidade de vida da população beneficiada.
Fatores de Sucesso
Sociais
Ambientais
Econômicos
Fatores de Fracasso
Instalar medidor de vazão para se obter valores mais precisos das cargas e dos parâmetros de projeto e operacionais e para conhecer o hidrograma de vazões de unidades residenciais unifamiliares. Esse medidor, idealmente, poderá transmitir seus dados a distância. Não controle de vazão do sistema pode levar ao colapso do tratamento, por tanto, torna-lo ineficiente.
Fatores de Risco
Estudo e desenvolvimento de novas metodologias construtivas com o intuito de produzir uma estação compacta de tratamento de esgoto unifamiliar, em material mais leve que a fibra de vidro, como o polietileno, de forma a facilitar o transporte e a instalação. Utilização de fontes alternativas de energia elétrica como placas solares, a fim de viabilizar o uso de estações compactas de tratamento de esgoto com tecnologias que demandam uso de energia elétrica em comunidades isoladas. Estas que muitas vezes não são beneficiadas por rede convencional de energia elétrica. Estudar a possibilidade de aplicar às estações compactas de tratamento de esgoto unifamiliar, novas tecnologias, como processos eletrolíticos, ozonização, radiação UV, processos oxidativos avançados (POA), MBR e MBBR em um protótipo operado sob condições reais.
Lições aprendidas
Necessidade de desenvolvimento e pesquisa na área de soluções alternativas de tratamento de efluentes.
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