Caravela - Empresa Furf Design

Metodologia

A partir da conexão de um cientista com dois designers se oportunizou a viabilização deste projeto que passou da fase de pesquisa, ideação e prototipagem e aguarda sinalizações positivas sobre a sua implementação na cidade de Curitiba. A partir de dados da pesquisa de doutorado do oceanógrafo Bruno Libardoni, os designers de produto Maurício Noronha e Rodrigo Brenner do escritório Furf Design desenvolveram o projeto Caravela, que tem como objetivo usar a tecnologia da biorremediação para a descontaminação de águas. O processo, que é natural, consiste na implementação de uma estrutura projetada em bioplástico que facilita o crescimento natural de algas a partir do ambiente poluído por bactérias que se desenvolvem na água. Com 10 m² e 3 m de altura, a estrutura torna-se uma embarcação com velas a fim de que a movimentação constante favoreça o crescimento, delimitado pela presença de uma tela de algas. Segundo dados do cientista Bruno Libardoni, “por dia, as algas conseguem retirar 10 gramas de fósforo das águas e geram 350 gramas de alga seca (biomassa). Ao longo de um ano, uma única Caravela pode render uma tonelada de biomassa. Isso tudo por meio de um processo natural, sem uso de energia convencional e sem custo operacional pesado, como é comum em outras alternativas”. A partir da instalação da Caravela, em duas semanas, as algas crescem, as águas clareiam e a poluição diminui. Como resultado, após o recolhimento das algas, pode-se desenvolver biocombustível, fertilizantes, proteínas ou ainda mais bioplásticos para novas Caravelas. Foram adicionados painéis solares e LEDs vermelhos e azuis para que a produção das algas aconteça também à noite, com estimativa de 40% a mais de crescimento. Além do aspecto técnico e funcional, a solução traz o ineditismo em ter plasticidade, podendo se tornar um elemento na paisagem.