Estudos
Implantação de pedágio urbano eletrônico - Cingapura
Mobilidade
Pedágio urbano
Cingapura
Cingapura()
Este estudo de caso aborda a experiência do estabelecimento de pedágio urbano eletrônico (em inglês, Electronic Road Pricing) em Cingapura, em 1998, após pouco mais de duas décadas operando um sistema operacional comum - isto é, com a instalação de guichês no contorno do perímetro urbano da cidade. Diferentemente do sistema operacional comum, destinado exclusivamente a pagar um valor fixo, o sistema de pedágio eletrônico tem o diferencial de cobrar exclusivamente pelo grau de congestionamento causado pelo veículo em circulação, proporcionando desta maneira maior equanimidade à cobrança de pedágio. O ERP é um dispositivo tecnológico instalado permanentemente no canto inferior direito do pára-brisas do veículo (ou no guidão da motocicleta) através de um suporte colado com fita adesiva de alta aderência. O dispositivo tem o tamanho de um livro de bolso, é alimentado por bateria e codificado para diferentes tipos de veículo, visto que os encargos são cobrados de acordo com eles: carros, motocicletas, vans, caminhões e ônibus, com isenção de encargos para ambulâncias. Nos automóveis, dois pórticos aéreos se conectam virtualmente com um conjunto de 66 detectores óticos instalados nas ruas de Cingapura e que, em substituição aos guichês, controlam e identificam a passagem de veículos, tirando fotografias eletrônicas das placas traseiras dos veículos "congestionadores". A cobrança é realizada durante os dias de semana, entre 7h30 e 19h, e é feita através de um smartcard vinculado ao próprio dispositivo.
Custo para Implementação
Informação não disponível
O custo de capital do sistema ERP é financiado pelo Estado de Cingapura. Desde a sua criação em setembro de 1998, o valor total é da ordem de US$ 197 milhões e incorre em um custo operacional e de manutenção anual de US$ 25 milhões para 66 pórticos de controle. A receita anual do programa foi estimada em US$ 144 milhões em 2008-09.
Desafios
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Para sustentar a circulação de pessoas na cidade em contexto de restrição de espaço, este caso sobretaxa os usuários de veículos individuais motorizados pelo congestionamento que causam, influenciando-os a adotarem o transporte público coletivo como alternativa mais adequada e responsável.
Contexto
Cingapura é uma pequena ilha do Sudeste Asiático que se transformou em Cidade-Estado após independência da Malásia, em 1965, tendo sido anteriormente os dois países colônia da Grã-Bretanha até 1965. Sua localização estratégica no estreito de Malaca, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, além de ser mundialmente conhecida como "paraíso fiscal" e onde a maioria da população fala inglês, favoreceu um desenvolvimento econômico expressivo que se reflete em diferentes esferas, sobretudo na da tecnologia. O desenvolvimento tecnológico tem funcionado como principal ferramenta de planejamento urbano, controlando de forma meticulosa a demanda de mobilidade na ilha. Uma das razões de controle diz respeito à falta de espaço para abertura de ruas e avenidas, o que exige investimento em transporte público e taxação pela utilização de veículo individual motorizado (através do pedágio, como estamos nos aprofundando). Estima-se a existência de 917 mil veículos em circulação (dados de 2009), sendo 560 mil carros. O metrô e o trem somam 139 quilômetros de extensão, com 89 estações e 1 milhão de viagens realizadas por dia. Já o número de ônibus é de 3.100 veículos, com 3,1 milhões de viagens realizadas por dia. Cerca de 59% das viagens realizadas por dia para fins de trabalho são realizadas em transporte público (MENON; GUTTIKUNDA, 2010). Além disto, Cingapura ostenta o nono melhor Índice de Desenvolvimento Humano do mundo em 2014.
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