Artigo Estudos de Caso

Rotas tecnológicas para gestão eficiente dos resíduos sólidos urbanos do Distrito Federal

Metodologia

Saneamento Ambiental - RESÍDUOS SÓLIDOS

Ferramentas de gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos

Brasil

Distrito Federal(DF)

A implementação da ferramenta de gestão "rotas tecnológicas de resíduos" foi solicitado pelo Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal com objetivo de inserir a gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos, considerando os aspectos econômicos, ambientais e sociais. Neste sentido buscava-se introduzir os conceitos de sustentabilidade ambiental (MDL, Mercado de Carbono, Tecnologias de Baixo Carbono, Eficiência Energética) na gestão dos resíduos; reduzir os custos operacionais, aumentar a produtividade, promover a economia circular, com a inclusão de catadores e geração de empregos; além de transformar os resíduos em matéria prima e energia. Inicialmente foi realizado uma diagnóstico da gestão de resíduos no Distrito Federal, que fundamentou a obtenção de rotas tecnológicas a partir da análise das quantidades coletadas de resíduos (manejo e logística), composição gravimétrica, infraestruturas, roteiros de coletas e valorização potencial dos resíduos, pela reciclagem, reutilização ou aproveitamento energético. A análise das rotas tecnológicas com base nos custos, indicaram que a presença de tratamento atende as premissas sustentáveis, mas, encarece o valor da rota. A emissão de GEE demonstraram redução significativa com a prática adequada dos tratamentos de resíduos, e por fim, a avaliação das rotas sobre a perspectiva da geração de emprego indicou aumento se considerada ampliação e melhoria nos processos de tratamento, mas não garante inserção total dos trabalhadores informais.

Custo para Implementação

Informação não disponível

O financiamento deste estudo envolveu recursos da ADASA (Agencia Reguladora Águas, Energia e Saneamento do DF), as empresas concessionárias dos serviços de limpeza urbana e o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal. Cada uma dessas instituições contribuíram com recursos humanos para levantar as informações necessárias ao estudo, além do pagamento dos serviços de ensaios e relatórios executados.

Desafios

  • Introduzir os conceitos de mudanças climáticas (MDL, Mercado de Carbono, Tecnologias de Baixo Carbono, Eficiência Energética) na gestão dos resíduos (Acordo de Paris, 2015). O Brasil se comprometeu a reduzir 37% dos GEE até 2025, com base em 2005

Contexto

Localizado na Região Centro-Oeste, o Distrito Federal é a menor unidade federativa brasileira e a única que não tem municípios, subdividida em 31 Regiões Administrativas. Sua área territorial é de 5.780 km2 e em seu território, está localizada a capital federal do Brasil, Brasília, que é também a sede do governo do Distrito Federal. Do ponto de vista socioeconômico, o Distrito Federal é uma região privilegiada, com uma população de 3.069.930 habitantes, estimada para 2018, e crescimento populacional superior a 2% ao ano, possui a maior renda per capita e o maior IDH do País. Esta combinação de grande população com alta renda tem como consequência um elevado nível de consumo e uma grande geração de resíduos. Para diagnóstico da geração e coleta de resíduos do Distrito Federal foram analisados dados da ABRELPE de 2009 a 2016, e os dados disponibilizados pelo SLU/DF (2015, 2016 e 2017), onde a maior parcela de resíduo gerado é derivada dos resíduos domiciliares, esses são destinados a coleta convencional e coleta seletiva, seguida dos resíduos da construção civil recolhidos em vias e logradouros públicos pelo SLU. Já os serviços de saúde apresentaram pouca representatividade. O manejo dos resíduos sólidos é parte integrante da Lei Federal de Saneamento Básico (Lei no 11.445/2007). Portanto, além dos serviços de coleta mais comuns (convencional e seletiva), o DF dispõe de diversos serviços que otimizam o gerenciamento dos resíduos, no intuito de atender aos requisitos das leis vigentes Os resíduos sólidos urbanos tem sido um dos motivos de grandes preocupações no Distrito Federal, devido a sua importância no cenário nacional. Esta unidade federativa é localizada na região Centro-Oeste e reflete as mesmas dificuldades de destinação dos resíduos da região. Apesar de existirem várias tecnologias para o tratamento dos resíduos do Distrito Federal (DF), tais como centrais de triagem, centrais de compostagem e estações de transbordo, a maior parte dos resíduos coletados nas diversas regiões administrativas do DF foram destinados ao único local de disposição final existente, até o ano de 2018, que era o Lixão da Estrutural, o maior da América Latina. Estima-se que ali tenham sido acumuladas mais de 33 milhões de toneladas de resíduos (SLU, 2017). A complexidade do modelo de gestão de resíduos sólidos do Distrito Federal se apresenta como um grande desafio para o Serviço de Limpeza Urbana. E entender a importância das características dos materiais, que compõem esses resíduos, pode se tornar um facilitador da gestão, além de um indicador do potencial de mercado e do potencial energético dos RSU gerados na unidade federativa.