Artigo Soluções

ORGANIZACIONAL ou GESTÃO/MODELOS DE NEGÓCIO

IPTU Verde

IPTU Verde

Ambiente Construído

Descarbonização da infraestrutura

Solução aplicável em:

Ícone cidade de pequeno porte

Cidades de pequeno porte

Ícone cidade de médio porte

Cidades de médio porte

Ícone cidade de grande porte

Cidades de grande porte

Solução aplicável nas regiões:


Nível de maturidade da solução

Ideação e pesquisa


Aplicada em escala piloto


Disponível comercialmente e aplicada


Amplamente disseminada


Tipo de Investimento

Informação indisponível


Emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)

Esta solução contribui para a redução da emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)

Justificativa

O IPTU Verde estimula a adoção de medidas sustentáveis no ambiente construído - entre essas, diversas relacionadas à redução da emissão de GEE das edificações, como, por exemplo, uso de materiais sustentáveis nas construções, arborização ou uso de energia renovável.


O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) Verde é um tributo extrafiscal, que pode ser utilizado como instrumento de estímulo à adoção de práticas sustentáveis e redução dos impactos ambientais das edificações urbanas. A solução tem sido adotada por cada vez mais municípios no Brasil, consistindo em oferecer desconto sobre o IPTU a ser pago por proprietários de terrenos e prédios que adotem medidas sustentáveis. Alguns exemplos de itens que geralmente são considerados elegíveis são: Arborização no lote; Sistema de captação e reuso de águas pluviais; Painéis fotovoltaicos; Separação de resíduos sólidos para reciclagem e uso de lâmpadas LED. O instrumento do IPTU Verde está, geralmente, associado a programas de certificação de sustentabilidade sobre edificações já reconhecidos, como a Certificação LEED ou a Certificação AQUA-HQE, além de metodologias e certificações criadas pelos próprios municípios. Em geral, de acordo com os critérios do programa, os lotes que pretendem aderir ao IPTU Verde têm suas medidas sustentáveis contabilizadas em pontos; assim, a edificação recebe o nível de certificação de acordo com a pontuação total acumulada. Quanto mais graduada a certificação que a edificação recebe, maior o desconto que o proprietário terá direito em relação ao IPTU. O uso dos lotes que podem participar do IPTU Verde varia de acordo com as demandas de cada cidade, podendo abranger usos habitacionais (uni e multifamiliares), comerciais e institucionais. Neste contexto, o IPTU Verde se constitui em medida que, potencialmente, pode gerar uma série de cobenefícios: i) aumento da eficiência energética das edificações; ii) redução no consumo eletricidade, com mitigação de emissões na geração elétrica; iii) mitigação de emissões perante o uso de materiais construtivos sustentáveis; iv) redução na geração de resíduos e consumo de água nas edificações; dentre outros. Ainda, pode promover uma maior igualdade de oportunidades de acesso a sistemas modernos e mais eficientes de energia, caso o tributo seja destinado a famílias de baixa renda e vinculado à adoção de medidas visando a sustentabilidade das edificações.

IPTU verde Incentivo fiscal Certificação de sustentabilidade Edifício Sustentável

O Problema

De acordo com o relatório anual do World Green Building Council, em 2020, as edificações são responsáveis por cerca de 40% das emissões relacionadas ao setor de energia e consomem quase 50% de todos os materiais extraídos no mundo. Soma-se a isso, a contínua tendência de urbanização em todo mundo, o que resulta na estimativa que o estoque de edificações dobre até 2060. No 6º Relatório do IPCC (2022), o Working Group III, que analisa as estratégias para a mitigação das emissões, aponta oportunidades de reduzir as emissões das cidades por meio da adoção de estratégias de redução ou mudança no consumo de materiais e energia, e da eletrificação e do aumento da captura e estoque de carbono nos ambientes urbanos, incluindo o uso de biomaterias, pavimentos permeáveis, arborização, áreas verdes, entre outros. Essas mudanças devem incluir melhorias, reaproveitamento e retrofit de edificações em cidades já estabelecidas e um design urbano orientado nas pessoas e com infraestruturas e serviços mais eficientes em cidades novas ou em desenvolvimento. Dessa forma, constata-se que a promoção da construção sustentável é imprescindível. Isto pode ser feito por de meio instrumentos regulatórios, como os códigos de edificações, como também por instrumentos econômicos. De acordo com IPCC (2022), estes provem incentivos financeiros para a redução das emissões de carbono e são complementares aos instrumentos regulatórios, como o IPTU Verde, que opera como estratégia de redução dos impactos ambientais procedentes das construções urbanas ao estimular a implementação de práticas sustentáveis nas edificações e terrenos.