Soluções
Solução aplicável em:
Cidades de pequeno porte
Cidades de médio porte
Cidades de grande porte
Solução aplicável nas regiões:
Nível de maturidade da solução
Ideação e pesquisa
Aplicada em escala piloto
Disponível comercialmente e aplicada
Amplamente disseminada
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Tipo de Investimento
Informação indisponível
Emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Esta solução contribui para a redução da emissão de GEE (Gases de Efeito Estufa)
Justificativa
A redução de desperdício contribui para evitar o gasto com insumos, energia e água associados ao suprimento alimentício. Ademais, minimiza os custos com o tratamento dos resíduos gerados e, por fim, evita a emissão de gases de efeito estufa ao longo de todo o ciclo de vida do alimento.
O desperdício de alimentos ocorre ao longo da cadeia de consumo de alimentos, após a sua produção, colheita e distribuição (Mbow et al 2019). As ações de redução de desperdício alimentar abarcam diversas iniciativas que vão desde a capacitação e campanhas de comunicação até regulamentações, incentivos e instrumentos econômicos. Em termos de estratégias de capacitação e comunicação, podem ser desenvolvidas ações para estimular hábitos que diminuam o desperdício de alimentos ao longo da sua cadeia de abastecimento e em residências. As campanhas podem ser direcionadas tanto aos consumidores finais quanto aos demais atores presentes ao longo da cadeia de suprimentos. Este tipo de ação estimula a mudança de comportamento por meio da conscientização em relação aos impactos causados pelo desperdício alimentar e formas de prevenção e de reutilização dos resíduos gerados. Sendo assim, dependendo do público-alvo da campanha de comunicação, é possível desenvolver políticas públicas que incentivem, por exemplo, a abordagem do tema em escolas e universidades com o desenvolvimento de cartazes para distribuição em refeitórios, restaurantes e supermercados. Dentre as diversas possibilidades de campanhas, se destacam planos de comunicação acerca do impacto do desperdício alimentar em termos econômicos, sociais e ambientais, que podem abranger ações em locais estratégicos de consumo e descarte. Por exemplo, as prateleiras dos supermercados podem ter informativos com a quantidade de cada alimento que é desperdiçada naquele município, associada a lembretes e receitas para que consumidores comprem apenas o necessário para aproveitar o alimento integralmente. Adicionalmente, podem ser incluídas em áreas de descarte de lixo e material de comunicação acerca da importância do consumo moderado e descarte consciente de alimentos. No contexto das cidades brasileiras, também é massivo e consequentemente importante, a utilização de ferramentas de mídia social para influenciar hábitos de consumo junto à população. Neste caso, podem ser realizadas parcerias entre prefeituras e influenciadores locais para promover ações de redução de desperdício alimentar, sendo que a escolha da mídia dependeria do momento/padrão de uso de cada localidade. Além disso, poderiam ser promovidas ações de capacitação que promovam o consumo consciente de alimentos. À guisa de exemplo, podem ser citadas atividades conduzidas por profissionais de saúde pública, junto à população, associando a realização de exercícios físicos diários os consumidores ao gasto e consumo calórico médio ideal de alimentos. Finalmente, podem ser acessados aplicativos que conectam o setor varejista aos consumidores, e oferecem descontos para a compra de alimentos que seriam descartados em face ao prazo de validade. A redução de desperdício alimentar está diretamente relacionada com melhorias na segurança alimentar, socioeconômica e ambiental associadas aos impactos evitados durante toda a cadeia de produção, abastecimento e de descarte de alimentos. Dessa forma, a mudança de comportamento para uma sociedade mais consciente sobre o desperdício alimentar contribui para evitar o gasto em vão de insumos, energia, água e solo usados durante a fase de produção de alimentos que não serão consumidos. Além de evitar os custos de lidar com o resíduo gerado e, por fim, evitar a emissão de gases de efeito estufa ao longo de todo o ciclo de vida do alimento.
O Problema
Estima-se que cerca de 17% dos alimentos disponíveis para consumo no mundo são desperdiçados. Destes, cerca de 63% se dão nos domicílios, 26% são provenientes de serviços alimentares e 13% do varejo (PNUA, 2021). O objetivo do desenvolvimento sustentável (ODS) 12, que trata do consumo e produção sustentáveis, traz como uma das metas a redução do desperdício alimentar nos níveis de varejo e do consumidos pela metade até 2030. Esse desperdício acarreta necessidade de maior produção para atender à mesma demanda. Assim, além do aumento da quantidade de resíduos sólidos urbanos que precisam ser gerenciados, o desperdício aumenta a demanda por área de plantios, e os custos com processos logísticos, como aumento dos gastos com armazenamento e transporte. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, orienta que na gestão dos resíduos a não geração destes deve ser priorizada. A redução do desperdício alimentar contribui para a redução de gastos associados ao gerenciamento dos resíduos e para a redução de emissões de gases de efeito estufa, uma vez que as emissões ocorrem principalmente durante a degradação da fração orgânica dos resíduos, constituída em grande parte pelos alimentos desperdiçados. Adicionalmente, pensando em toda a cadeia de geração de produtos, o desperdício acarreta maior consumo de insumos agrícolas, como fertilizantes e agrotóxicos, maior consumo de combustível, associado com o transporte de maiores volumes/peso de produtos que não são utilizados. Assim, os danos ambientais, sociais e econômicos associados à produção, armazenamento de distribuição de produtos e insumos poderia ser reduzida proporcionalmente com a redução do desperdício. De fato, as perdas e desperdício ao longo de toda a cadeia de abastecimento de alimentos corresponde a cerca de 8-10% do total de emissões de GEE globais (IPCC 2019; Mbow et al. 2019).
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