Artigo Estudos de Caso

Catamarã The Interceptor

Metodologia

Saneamento Ambiental - ÁGUA

Remoção de lixo em sistemas de drenagem: Ecobarreiras

Indonésia

Jacarta()

A organização sem fins lucrativos The Ocean Cleanup desenvolveu uma solução autônoma, movida 100% à energia solar, para coleta de resíduos lançados aos rios, em larga escala, e impedindo que alcancem os oceanos. O Interceptor não gera ruídos e todos os componentes eletrônicos, como a esteira transportadora, o carrinho, as luzes, os sensores e o computador funcionam com a energia solar. O Interceptor extrai 50 mil quilos de resíduos por dia, podendo dobrar a sua capacidade; funciona sem interrupção 24 horas por dia e 7 dias por semana; os contêineres de armazenamento foram projetados para esvaziar rapidamente, transferindo os resíduos para os caminhões de uma vez, agilizando o processo. Até o momento foram instalados dois Interceptor's, um no rio Cengkareng Drain em Jakarta, na Indonésia, com apoio do governo local, e o outro foi instalado no rio Klang Klan, considerado um dos 50 rios mais poluídos do mundo, em Selangor, na Malásia, também com apoio do governo local.

Custo para Implementação

Informação não disponível

O montante dos investimentos para a implantação do produto não foram encontrados durante a pesquisa realizada em abril de 2020.

Desafios

  • Recolher resíduos sólidos dos rios contribui para despoluição e, com isso, para a ampliação do acesso à água limpa.

Motivação

Segundo aponta a The Ocean Cleanup 80% dos resíduos plásticos encontrados nos oceanos tem origem nos rios mais poluentes do mundo. Buscando uma solução, desenvolveu o Interceptor, um catamarã para coletar os resíduos, principalmente o plástico, aproveitando a correnteza do rio. Informa a The Ocean Cleanup que sua meta é instalar mil catamarãs nos rios mais poluídos do mundo até 2040 e, com isso, reduzir em até 90% os resíduos sólidos dos oceanos (THE OCEAN CLEANUP, c2020). O primeiro produto da organização foi um sistema para coletar os resíduos sólidos de uma das maiores áreas de lixo marítimo que é o Great Pacific Garbage Patch, localizado entre a Califórnia e o Havaí. Com a combinação dos dois produtos desenvolvidos, a organização pretende conter a entrada de novos resíduos vindo dos rios e limpar o lixo que já está acumulado no mar, e assim evitar que estes resíduos plásticos se tornem microplásticos e difíceis de serem recolhidos.

Contexto

Segundo a Organizações das Nações Unidades – ONU (2018) aproximadamente 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos chegam aos oceanos por ano, desse total de 60% a 80% são resíduos plásticos. Com o avanço descontrolado de resíduos ao mar, provavelmente, até 2050 teremos mais plásticos do que peixes nos oceanos. O desequilíbrio ambiental já é perceptível na fauna e flora marinha e atinge fortemente a todos que dependem dos recursos marinhos para viver. O Brasil aplica aproximadamente R$ 3,6 bilhões para a recuperação de ambientes degradados e para o tratamento de saúde em decorrência dos impactos negativos relacionados aos lixões (SILVA, 2017). A poluição marinha impacta diretamente a economia e a sociedade mundial, pois prejudica fontes de trabalho, de alimentação e de qualidade de vida.