Estudos
Ciclo Orgânico, Rio de Janeiro
Saneamento Ambiental - RESÍDUOS SÓLIDOS
Compostagem de resíduos orgânicos
Brasil
Rio de Janeiro(RJ)
Este estudo de caso aborda a iniciativa chamada "Ciclo Orgânico Compostagem", que é uma empresa pioneira que teve início em 2015 a partir do objetivo de seu fundador de desconstruir a ideia de que o lixo desaparece, e fechar o ciclo dos resíduos orgânicos. O fundador Lucas Chiabi começou trabalhando dentro de casa, inspirado pela Revolução dos Baldinhos de Florianópolis. O sistema de coleta desenvolvido por Chiabi é feito semanalmente, utilizando a bicicleta como meio de transporte. Inicialmente a compostagem passou a ser feita em um espaço cedido no Parque do Martelo, no bairro do Humaitá no Rio de Janeiro. A coleta nos bairros continua a ser feita pelo triciclo. Cada cliente paga uma taxa mensal e recebe um baldinho, aonde vai colocando os resíduos que serão coletados. No fim do mês recebe um saco com o composto produzido nas composteiras, juntamente com sementes de ervas e hortaliças para plantar em sua casa. Assim, os clientes compreendem para onde vai seu ‘lixo’, como ele é transformado e como pode retornar para produzir alimentos. O sucesso do empreendimento foi imediato e correu por boca-a-boca. Atualmente alcança vários bairros. Por conta do volume coletado, atualmente utiliza cinco pontos para compostar ou fazer o transbordo para a usina em escala industrial que foi inaugurada em 2019 no município de Caxias. (Ciclo Orgânico, 2019)
Custo para Implementação
Informação não disponível
Foi autofinanciado desde o início, e ganhou, em 2016, o edital da Brazil Foundation, que apoiou o projeto por um ano.
Desafios
-
O transporte é feito por bicicletas.
-
Fecha o ciclo dos resíduos orgânicos.
-
Promove economia circular com a volta dos resíduos orgânicos para o sistema produtivo.
-
Reduz a geração de resíduos levados para o aterro sanitário.
-
Proporciona a reciclagem dos resíduos em adubo orgânico compostado.
-
Recupera o que iria para o aterro sanitário e transforma em composto.
-
Proporciona a redução das emissões de carbono gerada por resíduos orgânicos e estoca na matéria orgânica viva que produz com minhocas.
-
Evita que o lixo orgânico se transforme em chorume que impacta as águas e infiltram no subsolo contaminante lençóis subterrâneos.
-
Promove melhor qualidade de vida para os moradores da cidade, principalmente com a conscientização sobre o consumo e descarte de alimentos.
-
A produção do composto promove a oferta de múltiplos serviços ecossistêmicos.
-
A coleta dos baldinhos reduz a demanda por caminhões de lixo na cidade, além de ser um serviço que os moradores participam em suas casas.
-
Promove empregos verdes que são sustentáveis.
-
A empresa tem uma gestão participativa e horizontalizada.
-
O negócio de coleta domiciliar de lixo gera empregos e capacita funcionários com conhecimentos essenciais para cidades sustentáveis.
-
O Ciclo Orgânico tem contribuído significativamente para criar massa crítica com relação ao consumo e descarte, e também está transformando o conceito de desenvolvimento local e regional.
-
A metodologia usada pelo Ciclo Orgânico promove a conscientização sobre produção e consumo a partir da própria vivência do usuário com o seu lixo.
-
O caso do Ciclo Orgânico tem sido muito didático para inspirar outros negócios verdes, com foco local e transformador para uma nova economia.
Contexto
O Rio de Janeiro é a segunda maior metrópole do Brasil e sexta maior da América, com a população atual (2019) de 6.718.903 habitantes e área urbana equivalente a 925,303 km². A cidade recebe uma quantia expressiva de turistas por ano, o que, além da população local, contribui para a geração de resíduos urbanos: a produção diária de lixo no Rio de Janeiro corresponde a cerca de 9 mil toneladas por dia. Um dos maiores problemas da sociedade moderna é a geração de lixo e o desperdício de alimentos que são destinados a lixões ou aterros sanitários. São toneladas de alimentos desperdiçados que podem ter outro destino. As pessoas de modo geral geram lixo sem saber para onde vai. É preciso educar e conscientizar a sociedade de que tudo que ela consome de alguma maneira impacta o ambiente do qual depende para viver, tanto na origem da produção como no descarte.
Compartilhe: