Artigo Estudos de Caso

Dessalinização de águas em Mossoró/Rio Grande do Norte

Metodologia

Saneamento Ambiental - ÁGUA

Técnicas de dessalinização para aproveitamento de água salobra

Brasil

Rio Grande do Norte(RN)

O semiárido e parte do Cerrado Brasileiro possui um grande desafio na promoção de uma água segura para o abastecimento de famílias residentes nas áreas rurais/assentamento e para pequenos produtores agrícolas devido a sua escassez hídrica em algumas estações do ano. As águas subterrâneas são apontadas como uma alternativa viável para que se garanta o acesso a água, a partir de investimentos públicos na perfuração de poços tubulares. Contudo, na maioria das vezes, devido a problemas de salinidade e presença de metais pesados, essas águas têm severas restrições de uso para fins de consumo humano e irrigação.Para solucionar este problema, instalou-se em várias comunidades de Mossoró/RN, e no Assentamento rural de Santa Elza, estações de dessalinização por osmose reversa, a fim de obter água potável para os agricultores familiares por meio da dessalinização das águas salinas e salobra de poços e, ainda, dotar estas de capacidade produtiva. O emprego desta tecnologia ameniza as precárias condições do abastecimento hídrico nas localidades nordestinas. Deve ser ressaltado, que o estudo de caso apresentado obteve apoio da Universidade Federal da Rural do Semi Árido, sem os quais a realização do projeto seria impossível.Alguns pontos importantes a serem apresentados sobre o processo de osmose reversa, base da dessalinização é que em 1980, a capacidade mundial de dessalinização era estimada em 5 milhões de m3 dia-1, já no final de 2013 a capacidade chegou à 80,9 milhões de m3 dia-1. O trabalho apresentado demonstra que existe no Nordeste, uma disponibilidade atual de 300.000 m3 de água salinizada em poços e açudes inativos, que potencialmente poderiam abastecer cerca de mais de 12 milhões de habitantes no semi árido, região muito castigada pela seca. O sistema de dessalinização via osmose Inversa, onde se faz uso de membrana semipermeável com a finalidade de diminuir a quantidade de sais presentes na mesma.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Bancos Internacionais, Emendas Parlamentares, BNDES.

Desafios

  • Processo de dessalinização por Osmose Reversa, mostrou importante técnica de tratamento de água para localidades que enfrentam grande dificuldade de acesso a água doce.

Contexto

Várias são as técnicas de dessalinização conhecidas e várias são as experiências existentes com diferentes tipos de equipamentos disponíveis, como descritos a seguir: Fadigas e Dias (2007) propuseram modelo de dessalinização por Osmose Reversa que utiliza pistões internos especiais instalados em colunas de dessalinização. Este modelo faz uso de energia eólica para bombear água para um reservatório superior, onde em seguida essa carga hidráulica é convertida em energia potencial gravitacional que impulsiona o pistão. Ainda segundo os autores o consumo especifico de energia deste sistema seria próximo 2,8 k/wh m-3, sendo necessários dois moinhos, cujo rotor teria 3m de diâmetro, para dessalinizar em 1 m3 de água, a pressão do processo seria 67 bar e velocidade média do vento requerida seria de 8,08 m s-1. Brião e colaboradores (2014) estudaram a viabilidade da utilização da osmose reversa para obter água potável na região sul do Brasil através do aquífero Guarani.Sendo as águas deste reservatório em algumas regiões caracterizadas pelo elevado teor de sólidos dissolvidos, como sulfato e flúor. Em sua pesquisa realizaram experimentos, para água que apresentava salinidade de 3000 ppm, as melhores condições operacionais foram obtidas com a pressão de 2MPa, velocidade de fluxo cruzado de 1,61 m s-1, sendo a taxa de produção de permeado igual a 75%. Soares A. (2008) analisou o desempenho de um sistema de dessalinizador com dois elementos de membranas de osmose reversa em série fazendo uso dos painéis fotovoltaicos, sem utilização de baterias. Foi constatado que a produtividade esta diretamente relacionada com a taxa de radiação solar. Para a faixa de concentração de 1200 a 1500 ppm de sal, foi obtida uma capacidade média de produção de permeado de 0,17 m3 h-1. Levando o sucto de componentes do sistema, de instalação e manutenção foi constatado que é possível fornecer água permeada para 41 famílias a um custo de R$ 6,8/m3. No entanto, o processo de dessalinização gera, além da água potável, uma salmoura que pode poluir os solos e os recursos hídricos. Considerando o número de dessalinizadores instalados no Nordeste brasileiro, estimado em torno de 2000 plantas, deve ser disseminado junto a população a necessidade do uso sustentável das estações dessalinizadoras, requerendo que seja realizado o controle e o descarte adequado do rejeito salino gerado.