Artigo Estudos de Caso

Eco-Parque Pulau Semakau em Singapura

Metodologia

Soluções Baseadas na Natureza (NBS)

Restauração ecológica de lixão em parques multifuncionais

Cingapura

Semakau Island()

A área Pulau Semakau, uma ilha fora do centro de Singapura, abriga o único aterro sanitário para a população da cidade. Essa área, foi transformada em um eco-parque, com o objetivo de se tornar o hub para testes de novas tecnologias referentes a energias renováveis e vai abrigar instalações recreacionais e educacionais. Cobrindo 3.5 quilômetros quadrados, o aterro tem a capacidade de receber 63 milhões de metros cúbicos de resíduo. Um perímetro de 7 km de uma espécie de muro de rochas foi construída em volta das duas ilhas, Pulau Semakau e Pulau Sakeng. Diariamente balsas lotadas de cinzas dos resíduos incinerados nas quatro plantas de incineração em Singapura desembarcam na ilha. Durante a construção, telas protetoras foram utilizadas para proteger os corais durante o trabalho na área. O aterro inteiro é revestido por uma membrana impermeável. Carvão e lixiviado produzidos são processados em uma planta de tratamento de lixiviado. O centro conduz testagens regulares para garantir a qualidade da água e a eficácia das barreiras impermeáveis na prevenção de vazamentos. Dado o sucesso em construir e gerenciar um ambiente não poluente e relativamente sem liberação de odores, Singapura espera compartilhar sua expertise e os aprendizados ao longo do processo para seus países vizinhos a fim de melhorar suas capacidades de desenvolvimento urbano como forma de solucionar problemas críticos de gestão de resíduos.

Custo para Implementação

Mais de cinco milhões de reais

No total, o custo do aterro como um todo é por volta de 630 milhões de dólares de Cingapura.

Desafios

  • O caso exemplifica o processo de tratamento de uma área voltada para o aterro de resíduos sólidos também utilizada para parque público.

Motivação

Singapura é localizado na ponta da península Malaia no sudeste asiático, e tem se tornado próspera a cada ano que passa desde a sua independência em 1965. Como um resultado desse processo, sua produção de resíduos dobrou a cada década até hoje. Hoje em dia o volume produzido no país é de 8 mil toneladas por dia depois de tudo que é reciclado. Diferente de países com territórios mais amplos, essa pequena ilha densamente populada, não tem espaço suficiente para mandar o resíduo produzido pelos seus cidadãos para o "interior", além do fato de que utilizar um grande espaço de terra para resíduos não é a melhor opção quando falamos sobre otimização de espaço. Quando o antigo aterro de Singapura atingiu seu limite em 1999, a nação teve que encontrar maneiras inovadoras para eliminar seus resíduos. A força motriz por trás do projeto do ecoparque foi a falta de espaço, mais do que questões de benefício ambiental, e foi por causa de um amplo e cuidadoso planejamento que esse ecossistema vibrante foi criado. Em 1992, um dos dois últimos aterros sanitários do país, localizado na parte norte do continente, atingiu sua capacidade máxima e foi fechado. O outro remanescente tinha a expectativa de fechar em 1999. Como qualquer país pequeno com uma economia crescente, Singapura enfrentava um problema com seus resíduos. Ao mesmo tempo, a necessidade de mais terra para indústria e moradia era crescente. Um aterro sanitário costeiro parecia a solução adequada para ambos os problemas, mas para que esse plano pudesse se concretizar era necessário se assegurar de que poluentes não seriam vazados para o oceano no entorno da ilha. O governo também tinha conhecimento de que ao converter duas ilhas em aterros o impossibilitaria de usar essa terra preciosa para outras finalidades. Por esse motivo, buscaram encontrar uma solução que solucionasse não só um ponto, mas os dois, provendo um aterro sanitário necessário assim como a preservação do habitat natural e do meio ambiente, proporcionando um espaço aberto para a recreação pública.

Contexto

O local está aberto ao público para atividades recreativas desde 2005 e tem sido visionado como um eco parque com instalações educacionais e geração de energia renovável. Comissionado em 1999, o aterro foi desenhado para trabalhar em harmonia com a área biodiversa ao redor. Ele conecta fisicamente duas ilhas (Pilau Sakeng e Pulau Semakau). O perímetro inclui uma membrana impermeável, argila marinha e camadas de pedra, o que previne que o lixo e seus subprodutos atinjam o mar ao redor. A expectativa inicial para o aterro era de funcionamento até a sua capacidade máxima, que seria atingida em 2040, mas sua vida útil foi estendida por conta dos esforços do país em diminuir a quantidade de resíduos gerada. Singapura tem um objetivo de reciclar 60% de todo o seu lixo gerado.