Artigo Estudos de Caso

Projeto Cidade Inteligente Búzios

Metodologia

Energia

Redes elétricas inteligentes (Smart Grids)

Brasil

Rio de Janeiro(RJ)

Resultados e Impactos

Por se tratar de uma medida multidisciplinar, os benefícios podem se classificar nos seguintes blocos principais: 1. O primeiro o bloco é o do projeto de veículo elétrico. Neste projeto foi estudado o efeito nas emissões evitadas de 360 carros elétricos nos centros urbanos, com base nos dados da tabela de etiquetagem veicular do Ministério de Minas e Energia relativos a carro de passeio similar 1.0. No estudo das Substâncias emitidas se encontram NMHC, CO, NOx, CO2 Fóssil. As emissões evitadas anuais em toneladas são 2,42; 31,48; 3,79; e 11.793,60, respectivamente, sendo um importante beneficio ambiental. 2. Para os benefícios sociais, podemos considerar o bloco de automação, onde podem-se contemplar os seguintes benefícios para a sociedade: • Melhoria dos índices de continuidade da energia elétrica; • Redução dos prejuízos com os desligamentos; • Maior segurança para os usuários ao reduzir o tempo de interrupção da energia, por exemplo, para o trânsito, e na iluminação pública. 3. Benefícios considerados para o setor elétrico. Esta alternativa de automação pode ser adotada como padrão, ou como complemento ao uso de religadores na rota troncal, quando a extensão do trecho supervisionado pelo religador contenha uma ou mais chaves de manobra manual em seu trajeto. Pode ser usado como localizador do trecho com defeito, e como restaurador de energia automática, aos trechos anteriores ao trecho com defeito nas seguintes situações: • Locais de dificuldade ou indisponibilidade de boa comunicação; • Alimentadores rurais, de baixa densidade de clientes e longa extensão de rede; • Extensões rurais longas, que se originam a partir do fim da área urbana de um alimentador, a qual pode ser separada da parte rural por uma das chaves automáticas do sistema de automação. 4. O bloco de sistemas e telecomunicações traz como benefício para a sociedade os meios de comunicação “multi-aplicação”, os quais podem ser disponibilizados através do conceito de IoT – Internet da Coisas, permitindo que novas aplicações sejam exploradas pela sociedade como um todo (parquímetros, segurança, rastreamento, iluminação pública etc). As redes inteligentes viabilizarão ainda a abertura de canais de comunicação direta entre a concessionária e os consumidores. Diretamente, os clientes da Enel terão: • Uma plataforma de comunicação apropriada que permite aplicação de novas modalidades tarifárias, o que pode permitir o autogerenciamento de sua conta por parte do cliente, escolhendo o melhor momento para consumir a energia; • Além disso, haverá uma melhora nos índices de qualidade da rede elétrica e uma redução no tempo de atendimento a ocorrência; • Viabiliza a aplicação de um programa de portabilidade para clientes de energia elétrica, em sincronia com o PL 1.017/2015. 5. Para os benefícios econômicos, podemos considerar o bloco de automação do conjunto de alimentadores e de sistemas e telecomunicações e sistema de Iluminação Publica (IP). Com a automação do conjunto de alimentadores BÚZIOS_AUTOMAÇÃO, estes valores representam as melhorias estimadas para esse conjunto: • Redução do Índice DEC nas manobras troncais: 78%; • Redução do Índice FEC nas manobras troncais: 74%; • Efeitos da redução da contribuição das manobras troncais na redução do Índice DEC total dos Alimentadores: 9%; • Efeitos da redução da contribuição das manobras troncais na redução do Índice FEC total dos Alimentadores: 15%; • Redução da quantidade de clientes desligados nas manobras troncais: 73%; • Redução das durações de manobras troncais: 38%; • Redução da END durante manobras troncais: 66%; • Redução de prejuízo aos clientes com manobras troncais: 66%. A diferença da energia não distribuída, quando comparados os quatro alimentadores sem automação com o conjunto automatizado, é de R$ 74.091,82. Como a simulação considera dados do (2011–2013), é possível afirmar que a automação recuperaria este valor nesse mesmo período, caso estivesse instalada. Sendo assim, o retorno financeiro médio é de R$25.000,00/ano, apenas com a redução da END, ao minimizar a duração das interrupções de manobras troncais dos alimentadores. Ao quantificar o prejuízo causado aos clientes por kWh interrompido, se estabeleceu para a área da empresa um valor médio de 2,00 US$/kWh de prejuízo aos clientes nas interrupções. Considerando este valor a preço médio do dólar no período 2011 -2013, R$ 1,93/US$, o valor do prejuízo das interrupções analisadas neste triênio foi estimado em R$ 753.043,08 na rede sem automação. Quando realizada esta mesma avaliação, desta vez com o conjunto automatizado, se observa uma redução deste prejuízo de 75,96% na rede com automação, ou seja, uma redução do prejuízo para R$ 571.988,85 ou R$90.662,95/ano. O bloco de sistemas e telecomunicações considera o compartilhamento de estrutura com terceiros e o uso da infraestrutura para múltiplas aplicações. A pesquisa desenvolvida, contribui na melhoria da viabilidade econômica deste tipo de projeto. A utilização de parcerias entre empresas como, por exemplo, na utilização compartilhada de redes de fibra ótica, otimiza os custos de manutenção e operação, o que se reflete positivamente nos usuários finais. Durante a pesquisa foram verificados altos índices de disponibilidade da rede, aplicação por aplicação, superiores a 90%. No sistema de Iluminação Publica (IP) piloto, a substituição de todas as tecnologias de IP, atualmente utilizadas pela ENEL por LED, tem potencial de gerar uma economia de energia estimada de 2,8 GWh/ano. Se considerado uma tarifa de 0,35 R$/kWh, se obtém uma economia de R$ 980.000,00/ano. Com a dimerização do sistema LED, esta economia aumenta, visto que a dimerização reduz o consumo energético. Considerando as premissas, estima-se que a cada 10% de redução da potência (dimerização em 10%), o consumo é reduzido em torno de 262 MWh por ano.

Fatores de Sucesso

Sociais

Ambientais

Econômicos

Fatores de Fracasso

Não há registro.

Fatores de Risco

Um projeto multidisciplinar deste tipo requer uma forte e periódica avaliação de resultados e desafios, que incluam não somente as equipes de pesquisa e fabricantes, também como a população através dos representantes do município e lideranças comunitárias. Podem ser considerados como fatores de risco: 1. Eventuais pressões de origem política, que possam desvirtuar os objetivos técnicos do projeto. 2. Pressões da população que em geral tem desconfiança histórica das distribuidoras. 3. Descontinuidade política.

Lições aprendidas

Um projeto deste tamanho precisa de um grande esforço de gestão, e de uma integração das pesquisas que permita um resultado único e consolidado.