Artigo Estudos de Caso

Rede Integrada de Transporte de Curitiba - Brasil

Metodologia

Mobilidade

Sistema Tronco-Alimentador de Transporte Público Coletivo

Brasil

Paraná(PR)

A Rede Integrada de Transporte Coletivo de Curitiba (RIT) foi implementada em 1974 decorrente de uma política de inovação pelo lado da demanda (MACEDO; BERNADINIS, 2019), que, inovadora e pioneira no Brasil, racionalizou a oferta do transporte público visando à redução da frota em circulação e, consequentemente, de suas externalidades ambientais decorrentes (entre elas, a poluição atmosférica e sonora). A RIT é caracterizada por um Sistema "Tronco-Alimentador" com terminais de transbordo/conexão em pontos estratégicos nos diversos bairros de Curitiba e em municípios de sua Região Metropolitana. A RIT permite ao usuário a utilização de mais de uma linha de ônibus com o pagamento de apenas uma tarifa. O processo de integração ocorre a partir de terminais de integração, onde o cidadão pode desembarcar de uma linha e embarcar em qualquer outra dentro daquele espaço sem um novo pagamento. Atualmente, existem 83 quilômetros de "canaletas" (vias ou faixas exclusivas) contempladas pelo RIT de Curitiba. A frota é composta por nove categorias de linhas: expresso ligeirão; expresso; linha direta; interbairros; alimentador; troncal; convencional; circular; e turismo.

Custo para Implementação

Informação não disponível

A Rede Integrada de Transportes (RIT) foi financiada com recursos públicos nos anos 1970 e atualmente vem captando financiamento externo para investimentos em reestrutuação viária e desenvolvimento de novo modelo de estações junto Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Desafios

  • A RIT contribui para conectar a cidade de Curitiba à sua região metropolitana através de um meio de transporte que pode ser tão ágil quanto o metrô.

Contexto

Segundo Macedo e Bernadinis (2019), a concepção do RIT teve origem em meados dos anos 1960 com a aprovação do Plano Diretor de Curitiba, que definiu três diretrizes básicas para orientar o crescimento da cidade: sistema viário, uso do solo e transporte coletivo. Mas foi implementada somente na década seguinte, tendo como contexto principal a atuação política e profissional do arquiteto e urbanista Jaime Lerner, prefeito de Curitiba por três vezes entre os anos 1970 e 1980. Em entrevista ao jornal El País, Lerner explica que ao assumir a Prefeitura pela primeira vez, em 1971, Curitiba tinha 700.000 habitantes em um momento onde seu processo de metropolização crescia gradativamente através de um modelo de urbanização extensiva, onde os deslocamentos pendulares eram longos e precariamente atendidos por transporte coletivo. Os custos altos para a implantação de uma linha de metrô contribuiu para que Lerner idealizasse um sistema de ônibus que simulasse um metrô na superfície, com design arrojado e atrativo para qualificar a paisagem da cidade e o nível de satisfação do usuário. O modelo criado por Lerner conseguiu solucionar um problema de mobilidade ainda em sua fase de germinação, tornando Curitiba cidade-modelo e referência mundial em mobilidade urbana sustentável.