Artigo Estudos de Caso

Tratamento biológico de esgoto em comunidades na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro

Metodologia

Saneamento Ambiental - ÁGUA

Micro-estações de tratamento biológico e aproveitamento energético do esgoto

Brasil

Rio de Janeiro(RJ)

A empresa de águas e esgotos da cidade de Petrópolis, Águas do Imperador, inovou ao introduzir tratamento biológico de esgotos em micro-estações de tratamento em dez comunidades: Quarteirão Brasileiro, Vila Rica, Córrego Grande, Vila Ipanema, Nogueira, Siméria, Bonfim, Independência, Morro do Gavião e Caxambu. A cidade possui um relevo muito acidentado, o que impossibilita coletar e conduzir o esgoto para estações de tratamento de esgoto distantes. A estratégia adotada foi de instalar micro-estações biológicas para garantir a qualidade das águas, com inúmeros benefícios para a comunidade local e para as bacias hidrográficas que abastecem a cidade de águas.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Empresa privada (concessionária) que financiou o projeto.

Desafios

  • O ciclo do esgoto é fechado com a sua filtragem, devolvendo água limpa para o sistema hídrico, e o metano emitido é coletado para gerar energia nas comunidades locais.

  • Geração de biogás.

  • Estação de tratamento biológica sequestra carbono, ao contrário das estações convencionais que emitem gases efeito estufa.

  • O solo urbano é usado para inserir infraestrutura de tratamento de esgoto localmente, o que é altamente desejável para melhoria da qualidade ambiental e social.

  • Tratamento eficaz para manter a qualidade dos rios que são mananciais de águas para as cidades.

  • Mantém o ciclo das águas de forma natural.

  • Trata o esgoto em biodigestores, e muitas vezes associado a tanques de fitorremediação que garantem a alta qualidade das águas que são devolvidas para os rios.

  • Qualidade das águas, sem aditivos químicos adicionados em tratamento convencionais de esgotos.

  • Melhoram a saúde da população por devolver águas com qualidade para o ambiente, evitando doenças associadas a contaminação por esgoto, como também por resíduos de produtos químicos usados em tratamentos convencionais.

  • A qualidade das águas conserva e recupera biodiversidade aquática (rios) e terrestre que oferecem múltiplos serviços ecossistêmicos.

  • As estações de tratamento que possuem tanques que são jardins filtrantes melhoram as áreas públicas e verdes.

  • A pulverização de estações biológicas que têm baixo custo de implantação garantem o acesso a serviço essencial para as populações urbanas.

  • Melhoria na qualidade das cidades por meio da transformação de áreas degradadas em áreas com alto valor ambiental e ecológico.

  • Soluções baseadas na natureza que tratam esgoto em áreas carentes levam dignidade das populações locais, reduzindo desigualdades sociais.

Contexto

D. Pedro II deu nome à cidade de Petrópolis, aonde passava os verões por ser uma região serrana com temperaturas mais amenas. A cidade é um destino turístico e gastronômico que atrai muitos visitantes durante todo o ano, onde a natureza tem um papel importante. As paisagens montanhosas são parcialmente protegidas por Unidades de Conservação, com uma riquíssima biodiversidade classificada como um hotspot, com espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Como acontece na maioria das cidades brasileiras, a cidade cresceu sem planejamento para habitação de baixa renda próxima aos polos geradores de empregos. Com isso a população mais carente ocupa localidades em encostas íngremes e em áreas à beira-rio. A cidade tem 82,1% de seu esgoto tratados, o que é uma média superior à nacional que é de 44,92%. No Censo de 2010, 25.117 viviam em assentamentos sub-normais (favelas), em áreas vulneráveis a enchentes e deslizamentos de terra.