Estudos
Ponte Móvel Friedrich Bayer - São Paulo - Brasil
Mobilidade
Pontes exclusivas para pedestres e ciclistas
Brasil
São Paulo(SP)
Resultados e Impactos
Indiretamente, a ponte favoreceu 300.000 pessoas e, diretamente, beneficiou a mobilidade de 15.000 pessoas por dia que passam efetivamente pela ponte em seus deslocamentos diários. Além disso, tornou-se também um ponto turístico na cidade de São Paulo por conta da tecnologia empregada e de seu visual exótico, que alude a vitórias-régias flutuando sobre o rio. O projeto foi o ganhador do 8º Prêmio ASBEA de Arquitetura, em 2014, pelo conjunto da obra, concluída um ano antes.
Fatores de Sucesso
Sociais
Ambientais
Econômicos
Fatores de Fracasso
Dentre os fatores de fracasso, cabe mencionar um descompasso entre a utilidade pública oferecida à mobilidade por bicicleta pela ponte Friedrich Bater e a permissão de utilização desse mesmo meio de transporte pelo metrô somente após as 20h30. Essa falta de compatibilidade implica na restrição do transporte por bicicletas por uma parcela do público-alvo, indo de encontro ao discurso e à proposta do projeto. Além disto, outro ponto de fracasso é o fato de que a ponte fica aberta até as 19h30 por tratar-se de uma infraestrutura que, mesmo localizada em espaço público, é gerida por uma iniciativa privada. Neste sentido, a ponte Friedrich Bayer não é "aberta" ao público integralmente, o que restringe seu potencial benefício para as condições de mobilidade na região.
Fatores de Risco
O fato de ser uma infraestrutura gerida exclusivamente pela iniciativa privada corre o risco de ser abandonada durante crises financeiras ou até mesmo caso a empresa decida mudar suas instalações para outro endereço e/ou a solução deixe de atender às necessidades da força de trabalho da Bayer. Desse modo, ficam os questionamentos sobre em que medida a solução é economicamente sustentável, haja vista não ser uma infraestrutura pública ipsis litteris.
Lições aprendidas
A lição aprendida para esse estudo de caso joga luz às limitações das ações empresariais de responsabilidade socioambiental, porque, mesmo imbuídas de interesse comunitário (como é o caso da Ponte Friedrich Bayer), se circunscrevem mais aos interesses privados do que o contrário. Neste sentido, essa solução pode ser analisada como um caso de contrapartida no qual a empresa realiza intervenções públicas com o objetivo de melhorar suas condições de gestão e produtividade a "pretexto" de facilitar a mobilidade/acessibilidade de sua força de trabalho. Trata-se, portanto, de uma solução indicativa de como parcerias público-privadas podem trazer benefícios à comunidade - sobretudo em contextos neoliberais -, mas também de como elas são vulneráveis a fatores que fogem ao interesse comunitário de fato.
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