Artigo Estudos de Caso

Projeto Bônus Eficiente - Linha Fotovoltaica

Metodologia

Energia

Mecanismos de incentivo à geração solar fotovoltaica distribuída

Brasil

Santa Catarina(SC)

Metodologia

Para o projeto Bônus Fotovoltaico, a partir do 20 de fevereiro de 2017, o processo de implantação foi dividido em 4 partes: a etapa de participação (inscrição), a etapa de verificação (composta de duas subetapas), a etapa de instalação e a etapa de monitoramento do sistema de pelo menos um ano. Para participar, o interessado deve se cadastrar pelo site do Programa. Foram registradas 11.925 tentativas de inscrição entre os dias 20 e 24 de fevereiro de 2017; destas tentativas, 5.220 foram aprovadas na primeira etapa de verificação e seguiram para a segunda etapa de verificação. De acordo com a Celesc, na Primeira Etapa de Verificação são avaliados os seguintes requisitos: a. O cliente deve estar adimplente com a Celesc (em todas as Unidades Consumidoras em seu nome). Débitos de Unidades Consumidoras que não estão mais em seu nome, mas que estavam em seu nome na época do débito também são consideradas; b. A Unidade Consumidora deve ser residencial; c. Deve haver um número de CPF cadastrado na Celesc para a Unidade Consumidora inscrita; d. O consumo médio mensal dos 12 meses anteriores à data do cadastro deve ser de no mínimo 350,0 kWh. Para inscrições realizadas em fevereiro, isso equivale a somar os consumos de fevereiro de 2016 a janeiro de 2017 e dividir por 12. Para clientes com mais de uma Unidade Consumidora em seu nome, é considerada a soma de todas as Unidades Consumidoras; e. O interessado deve responder a um questionário, indicar que as informações são verdadeiras e indicar que está de acordo com as regras do projeto. Na Segunda Etapa de Verificação são avaliados os seguintes requisitos: a. O telhado deve possuir espaço suficiente para colocação dos módulos, ou seja, 20 m² contínuos; b. A inclinação da parte do telhado onde ficarão os módulos deve ser entre 15º e 35º; c. A orientação da parte do telhado onde ficarão os módulos deve ser Norte (verdadeiro), com um desvio máximo de 30 graus. A tentativa preliminar nas cidades de Santa Catarina para instalação foi: - Grande Florianópolis: abril – maio – junho (2017) - Norte: agosto – setembro – outubro (2017) - Oeste: setembro – outubro – novembro 2017) - Planalto Serrano: novembro 2017) - Sul: junho – julho 2017) - Vale do Itajaí: junho – julho – agosto – setembro 2017) A distribuição dos equipamentos no estado foi feita de acordo com a divisão estadual em mesorregiões. A quantidade de sistemas para cada mesorregião é diretamente proporcional ao número de Unidades Consumidoras Residenciais e à irradiância de cada mesorregião.

Implementação

Atores

ENGIE Geração de Energia Fotovoltaica

Público-Privada

ANEEL

Governamental (de cima para baixo)

CELESC

Governamental (de cima para baixo)

Governança

Este tipo de iniciativa está sendo possível de implementar devido à Resolução Normativa 482/2012, a qual permite, basicamente, que os consumidores instalem pequenos geradores em suas unidades consumidoras e injetem a energia excedente na rede em troca de créditos, que poderiam ser utilizados dentro de um prazo a partir da compensação. A regulamentação do Virtual Net Metering no país é considerada como um grande avanço para a geração distribuída. Além disso, algumas ações vêm sendo tomadas pelo governo de modo a incentivar a geração distribuída (GD) no país. Podemos citar o ajuste do SINIEF feita pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), que isentou de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a energia gerada em GD e injetada na rede. Dessa forma, a incidência do ICMS, PIS e COFINS passou a incidir apenas sobre a diferença positiva entre a energia consumida e a energia injetada pela unidade consumidora com micro e minigeração distribuída. Não obstante, outro incentivo, é o desconto de 50% na TUSD (Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição) e TUST (Tarifa de Uso dos Sistemas de Transmissão) para empreendimentos que geram e injetam na rede uma potência superior a 30 MW e inferior a 300 MW. Até o presente momento, a REN 482 foi atualizada por duas vezes. Primeiramente pela Resolução Normativa 517/2012, onde se permitiu a compensação da energia elétrica ativa gerada em uma unidade consumidora diferente da unidade onde a geração ocorre. Fazia-se necessário apenas que ambas as unidades geradoras possuíssem mesma titularidade (mesmo CPF ou CNPJ). Por fim, a REN 687/2015, a qual é a resolução em vigor atualmente, alterou as definições de micro e minigeração e a regras para a compensação de energia. Esta possuía como objetivo a redução dos custos e do tempo necessário para a conexão de sistemas de mini e microgeração à rede, o aumento do público alvo e a melhora das informações na fatura. Qualquer consumidor cativo de qualquer cidade brasileira pode aderir ao sistema de net metering; todas as informações são fornecidas pela distribuidora local e também estão disponíveis no Módulo 3 do PRODIST (procedimentos de distribuição) da Aneel.

Público-alvo

Clientes residenciais de diferentes regiões da área de concessão da Celesc, que atendam os critérios definidos no programa também são atendidos pelo programa. Especificamente, no caso de estudo, para o cliente ser parte deste projeto e se tornar apto a receber o bônus deve cumprir como os seguintes requisitos: • Ser cliente residencial da CELESC Distribuição; • Ser cliente Pessoa Física; • Estar adimplente com a CELESC; • Possuir cinco lâmpadas incandescentes ou fluorescentes para substituição; • Concordar com o disposto no Termo de Adesão e assinar o mesmo no momento da visita técnica; • Ter consumo médio acima de 350 kWh/mês nos últimos 12 meses. A unidade consumidora deverá ter: - Acesso à Internet (Wi-Fi ou cabo de rede), disponível por, no mínimo, dois anos; - Telhado com área disponível mínima de 20m²; - Telhado voltado para o norte, com desvio admitido de ±30°; - Telhado com inclinação entre 20° e 35° em relação ao plano horizontal.

Elementos de Replicabilidade

Adaptar este projeto a outras regiões do país não apresenta maiores desafios. Em primeiro lugar, o recurso financeiro está disponível para todas as distribuidoras do país através do PEE/Aneel. Em segundo lugar, os níveis de irradiação solar no Brasil são excelentes; inclusive, o estado de SC não é um dos melhores nesse quesito, ou seja, se esperaria que em geral, projetos em outros estados da federação apresentassem resultados ainda mais interessantes