Artigo Estudos de Caso

Rede Integrada de Transporte de Curitiba - Brasil

Metodologia

Mobilidade

Sistema Tronco-Alimentador de Transporte Público Coletivo

Brasil

Paraná(PR)

Resultados e Impactos

Atualmente, 45% da população da cidade usa o transporte coletivo através da RIT. A implementação das canaletas fez com que diversos serviços públicos fossem descentralizados, estimulando o desenvolvimento econômico de bairros que passaram a funcionar como subcentros, atendendo a demanda por comércio e serviços que antes só existiam no centro. Dados do Governo do Estado do Paraná estimam que 70% das pessoas que utilizam ônibus do sistema não vão para a região central. O sistema conta com 160 ônibus gigantes, cada um com capacidade para transportar 230 passageiros, trafegando nos 72 quilômetros de canaletas exclusivas dos cinco grandes corredores da cidade. O sistema está integrado com 13 municípios da Região Metropolitana. Ao todo, cerca de 2 milhões e 300 mil passageiros utilizam todos os dias. Os ônibus são renovados a cada seis anos. Desde 2018, ônibus movidos 100% a eletricidade estão sendo gradativamente introduzidos à rede. Estima-se uma redução de 11% ao ano na emissão de gases poluentes com a operação do sistema.

Fatores de Sucesso

Sociais

Ambientais

Econômicos

Fatores de Fracasso

Especialistas e reportagens afirmam que o sistema encontra-se atualmente defasado, não tendo acompanhado a evolução metropolitana da cidade. Reflexo dessa defasagem são os fatores de fracasso evidenciáveis como ônibus lotados, longas filas nos pontos, frota sucateada, tarifa cara e falta de segurança. Atualmente, a tarifa custa R$ 4,25, sendo uma das mais caras entre as capitais brasileiras. Outro fator de fracasso apontado é o fato de que os prefeitos consecutivos não deram continuidade à revisão do sistema, contribuindo para o seu "atraso" em relação ao crescimento da metrópole como um todo, segundo o professor Glavio Leal Paura, professor da Universidade Positivo (GAZETA DO POVO, 2017).

Fatores de Risco

O sucateamento do RIT corre o risco de desfidelizar os usuários de transporte coletivo público ao influenciar uma migração para outros modais, a exemplo da motocicleta e do automóvel particular, considerando estratos de renda cujo poder de decisão é mais autonômo conforme o capital econômico. Tratando-se de uma cidade em constante espraiamento urbano, o descompasso do RIT em relação aos avanços da cidade pode ser determinante para valorizar meios de transporte que tradicionalmente destoam do padrão de mobilidade preconizado pela cidade nos anos 1970.

Lições aprendidas

A principal lição aprendida quanto ao caso de Curitiba está relacionada aos fatores de fracasso: a percepção de que o sistema por si só não é sustentável, exigindo continuadamente aperfeiçoamento de tecnologias e de ampliação de sua capacidade para comportar o próprio crescimento da metrópole. Do material consultado, observou-se que o aspecto pioneiro e inovador da solução fez com que, por muitos anos, os principais responsáveis pela gestão do RIT acreditassem que o sistema não correria o risco de entrar em colapso e/ou fracassaria. No entanto, questões institucionais (como contratos precários) têm influenciado diretamente no comprometimento da qualidade do sistema.