Estudos
Teto Verde Favela
Ambiente Construído
Telhado verde para edificações
Brasil
Rio de Janeiro(RJ)
A instalação de teto verde com cobertura de telhas de fibrocimento em uma residência na favela do Arará, bairro de Benfica, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), visou mudar as condições locais da temperatura no interior da casa, e também contribuir para reduzir o escoamento superficial das águas das chuvas. Esse caso foi um laboratório vivo aplicado por Luis Cassiano (Careca do Arará, líder comunitário) e baseado em uma pesquisa acadêmica de doutorado feita por Bruno Rezende Silva (conhecido por Bromélio). A SBN desenvolvida por Bruno Rezende pode ser aplicada em qualquer telhado, por ser leve, de baixo custo e manutenção. A iniciativa é inovadora por não necessitar de solo ou substrato, funcionando por hidroponia. A escolha das plantas é fundamental: devem ser leves, resistentes ao clima quente e seco, como bromélias e outras plantas rupícolas e epífitas de diversas espécies, e também plantas comestíveis e medicinais.
Custo para Implementação
Informação não disponível
O projeto recebeu apoio da aceleradora Enactus UFRJ.
Desafios
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Redução no consumo de energia interna.
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Inserção de vegetação em área antes impermeável e impactante.
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Absorção de água pelo teto verde, reduzindo o escoamento superficial.
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Melhoria da Ilha de Calor Urbano no local da implantação, ao ser replicado tem imenso potencial de adaptar áreas de favela e outras menos favorecidas.
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Filtragem da água que escoa pelo telhado, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade das águas urbanas.
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A introdução de biodiversidade no teto oferece serviços ecossistêmicos, ao invés de causar impactos.
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Pequena área verde urbana sobre teto melhora o ambiente próximo, se aplicado em escala pode contribuir significativamente o ambiente na região.
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Teto verde é uma solução que transforma a cidade por reintroduzir vegetação onde ela foi retirada pela urbanização.
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O desenvolvimento e aplicação de tetos verdes em favelas pode ser um caminho para gerar a nova economia verde em áreas menos favorecidas da cidade, gerando renda para seus moradores.
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O treinamento de pessoas para desenvolver projetos, implantação e manejo de tetos verdes é uma real possibilidade de gerar empreendedores em áreas carentes.
Contexto
O Censo de 2010 identificou que aproximadamente 20% da população da cidade do Rio de Janeiro vive em favelas (OLERJ, 2021). A ocupação informal de áreas vulneráveis a deslizamentos, enchentes e inundações tem prejudicado ecossistemas e transformado áreas úmidas em áreas construídas. Além disso, outro problema típico das grandes cidades brasileiras é o calor intenso, que ocorre devido, entre outros fatores, a mudanças no uso e cobertura do solo, tornando os ambientes que eram úmidos (áreas de mangue e baía da Guanabara, no caso do Rio de Janeiro) em verdadeiros desertos construídos. A temperatura da superfície continental (TSC) chegava a 70°C em bairros da zona norte da cidade na década de 2000. Nessa região, quase não restam áreas verdes e a população sofre com as altas temperaturas, além de chuvas intensas, resultando em enchentes, alagamentos e deslizamentos de terra.
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