Soluções em Foco #19: Conservação e Recuperação de Ecossistemas Costeiros e Estuarinos

19/07/2024


Atualizado em 19/07/2024  |  por Equipe OICS

Com mais da metade da população brasileira vivendo em zonas costeiras, conforme o Censo 2022 do IBGE, o impacto das mudanças climáticas nessa vasta área é significativo. O aumento do nível do mar e a intensificação de eventos climáticos extremos, como ventos fortes e ondas mais potentes, resultam na erosão costeira e em danos à infraestrutura urbana e ao patrimônio privado. Assim, investir na preservação e restauração desses ecossistemas vai além de uma questão ambiental, mas também uma estratégia para proteger as comunidades costeiras.

Os ecossistemas costeiros, como os manguezais e as restingas, ajudam a diminuir os efeitos negativos das mudanças climáticas. O plano de manejo para a conservação e recuperação dessas áreas envolve uma série de ações práticas, incluindo a replantação de vegetação nativa, a limpeza de praias e a criação de corredores ecológicos para a fauna local. Essas medidas visam tanto a recuperação da vegetação que protege a linha de costa, quanto a manutenção dos habitats essenciais para a biodiversidade marinha. Além disso, a criação de áreas protegidas e a delimitação de espaços para o descanso de aves e a limpeza do ambiente garantem a saúde e a sustentabilidade desses ecossistemas.

O projeto de recuperação da vegetação de restinga no loteamento Orla 500, situado em Tamoios, Cabo Frio, visou restaurar ecossistemas costeiros em estágio de regeneração, ao mesmo tempo que buscava envolver a comunidade local e o poder público na iniciativa. Através de um manejo adequado da vegetação, o projeto aumentou a resiliência da região frente a eventos climáticos adversos e à elevação do nível do mar, além de proteger o aquífero Tamoios, crucial para o abastecimento de água local. O projeto enfrentou desafios como o uso apropriado do solo, a manutenção da qualidade da água e a transformação urbana sustentável, tendo sido financiado por moradores e promovendo uma governança participativa para assegurar o sucesso das ações ecossistêmicas.

A restauração desses ambientes não só ajuda a proteger as cidades costeiras contra fenômenos climáticos extremos, como ressacas e intrusões salinas, mas também promove a captura de carbono. Manguezais e restingas são conhecidos por sua capacidade de sequestrar grandes quantidades de dióxido de carbono, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Esse processo de sequestro de carbono é essencial para combater as mudanças climáticas e fortalecer a resiliência ambiental das regiões costeiras.

Portanto, a conservação e recuperação de ecossistemas costeiros e estuarinos são mais do que simples ações de proteção ambiental; elas representam um investimento estratégico para o futuro das cidades litorâneas. Ao restaurar esses ambientes naturais, promovemos a biodiversidade marinha, reforçamos a defesa contra eventos climáticos extremos e contribuímos para o combate às mudanças climáticas. A integração dessas práticas na gestão urbana é um passo importante para garantir a sustentabilidade das nossas zonas costeiras para as futuras gerações.

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Por: Ana Luiza Moraes