Estudos
Concreto ecológico destinado à fabricação de dormentes de concreto
Ambiente Construído
Concreto de baixo impacto ambiental
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Metodologia
O dormente deve apresentar as seguintes características: Suas dimensões, no comprimento e na largura, forneçam uma superfície de apoio suficiente para que a taxa de trabalho no lastro não ultrapasse certo limite; Sua espessura lhe dê a necessária rigidez permitindo, entretanto, alguma elasticidade; Tenha suficiente resistência aos esforços; Tenha durabilidade; Permita, com relativa facilidade, o nivelamento do lastro (socaria) na sua base; Se oponha de maneira eficazm aos deslocamentos longitudinais e transversais da via; Permita uma boa fixação do trilho, firme, sem ser excessivamente rígida (CPTM, 2010). A grade ferrovia, apoiada nas camadas de lastro, sublastro e plataforma, ou qualquer outro meio elástico, se comporta como uma viga contínua sobre apoio elástico. Por conta disto, a carga aplicada na via através do material rodante é distribuída, por meio dos trilhos, para vários dormentes consecutivos. A forma como ocorre a distribuição dos esforços depende principalmente da distância entre os dormentes e entre os eixos do material rodante, da rigidez do trilho e do comportamento do lastro e do sublastro. Para a confecção do concreto ecológico foi adotado o método tradicional com o uso de uma betoneira, e as fibras, quebradas em comprimentos em torno de 2,5 cm, foram inseridas ao longo do processo de mistura. Os materiais empregados encontram-se discriminados a seguir. Cimento do tipo CP V; Água proveniente da rede de abastecimento de Juiz de Fora- MG; Agregado Miúdo Artificial proveniente do britamento do rejeito de mármore, com diâmetro máximo igual a 4,8 mm (vide Tabela 4), com graduação granulométrica na zona ótima, segundo a NBR NM 248/ 2003; Agregado Graúdo com diâmetro máximo de 25,0 mm, oriundo da pedreira “P”, situada na cidade de Matias Barbosa (MG), de origem gnáissica; Resíduos do processo de fabricação de fibras de vidro de silicato, fosfato e germanato com diâmetros variados, recobertas com acrilato (ácido acrílico e prepolímero), comercialmente denominadas fibras ópticas para transmissão de dados, adicionadas ao concreto para reforço estrutural.
Implementação
Atores
CB-06 da ABNT
Governamental (de cima para baixo)
Vale do Rio Doce
Outro
Universidade de São Paulo (USP)
Outro
SIMEFRE-Comitê de Normas Metroferroviárias
Governamental (de cima para baixo)
Governança
Como já assinalado, o SIMEFRE, através de suas Comissões de Estudos, vem desenvolvendo estudos e revisões de normas, que visam à aplicação de novos materiais e tecnologias e o apoio à realização de encontros técnicos entre operadores e fabricantes (ANTF, 2011). A companhia Vale do Rio Doce, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), vem desenvolvendo estudos e testes em dormentes com materiais alternativos. Especificamente no caso dos de concreto, apresentam como objetivos e vantagens para a sua inclusão definitiva na Estrada de Ferro Carajás (EFC), a maior estabilidade e vida útil da linha, a capacitação para futuros aumentos de carga por eixo e a compatibilidade com ferrovias HH (heavy haul) (ANTF, 2009). Para o desenvolvimento e elaboração do concreto ecológico sugere-se a criação de uma ENBT (Empresa Nascente de Base Tecnológica). Como o produto em questão demanda uma infraestrutura de médio a grande porte, é inviável a incubação da unidade produtiva da empresa em um Parque Tecnológico (como o que vem sendo construído pela UFJF) ou no Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT). Ainda assim, essas instituições podem facilitar o desenvolvimento de parcerias entre o grupo de pesquisa e fabricantes de dormentes ou até mesmo concessionárias interessadas em viabilizar testes em campo e a fabricação própria em menor escala para testes, através de um núcleo de pesquisa. Além da parceria com o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRITT) sugerida, é fundamental a articulação com as indústrias fornecedoras dos resíduos utilizados. Para a viabilização dos experimentos em laboratório, a pesquisa contou com a contribuição de uma empresa localizada na cidade de Mar de Espanha (MG), a 58 km de Juiz de Fora, para o fornecimento dos resíduos de mármore, e de um instituto de pesquisa localizado na cidade de Campinas (SP), fornecedor dos resíduos de fibra óptica. Além da provisão dos materiais, esses fornecedores disponibilizaram todas as informações técnicas fundamentais para a correta manipulação dos mesmos.
Público-alvo
Usuários do setor de transportes
Elementos de Replicabilidade
No Brasil, o preconceito em relação ao uso de materiais reciclados em novos produtos é um fator prejudicial à inserção dessas inovações no mercado. Mas, de acordo com MORENO (1998), mantidos o preço e a qualidade, os consumidores preferem produtos com menores impactos ambientais.
As instituições de pesquisa devem vencer as resistências técnicas através de demonstrações de desempenho iguais ou superiores às alternativas tradicionais.
Os sistemas de certificação ambiental também possuem um papel importante ao terem como base a teoria do desempenho na aprovação de processos e produtos.
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