Estudos
O Programa de Revitalização do Centro Histórico de Quito
Ambiente Construído
Revitalização de espaços degradados
Equador
Quito()
Com o advento de um terremoto no Equador, em 1987, o município de Quito e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID iniciaram, em 1988, negociações para firmar uma parceria com o objetivo de revitalizar o centro histórico de Quito, mas foi somente em 1994 que o BID liberou a utilização dos recursos financeiros para o Programa de Revitalização do Centro Histórico de Quito. Foi criada então uma organização de capital misto, a Empresa del Centro Historico, para cuidar da gestão do programa, promover o investimento privado e apoiar e fortalecer a iniciativa da Prefeitura Municipal de Quito. O Centro Histórico de Quito estava totalmente abandonado pelo poder público, causando o aumento da criminalidade e violência na área e no entorno. Assim, a revitalização surgiu como uma forma de restabelecer a ocupação do espaço com segurança, trazendo a volta dos moradores originais. O programa de revitalização contemplou a restauração dos edifícios históricos; a promoção do uso adequado e a manutenção dos edifícios públicos e privados, tornando-os mais atrativos e acessíveis para os visitantes e os residentes; revitalização das atividades comerciais e os serviços tradicionais; modernização da infraestrutura do transporte público; racionalização do tráfego de automóveis para melhorar as condições ambientais; fomentou empreendimentos privados para estimular a recuperação de imóveis comerciais e residenciais e, principalmente, manteve a população residente nas áreas revitalizadas.
Custo para Implementação
Mais de cinco milhões de reais
Participação do BID com 53,2 milhões de dólares em duas fases. A primeira, em 1994, com o montante de 43,2 milhões de dólares, incluindo a contrapartida local. A segunda fase foi aprovada em 2005 e recebeu 8 milhões de dólares de financiamento do BID e cerca de 2 milhões de dólares como contrapartida por parte da Municipalidade de Quito e do Governo equatoriano. Com relação às demais organizações participantes, a informação sobre o investimento não foi disponibilizada.
Desafios
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Uma das metas do Programa foi fortalecer o trabalho dos artesãos e da cultura local, tendo como resultado a aproximação da atuação destes profissionais com a manutenção do espaço.
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A revitalização feita no Centro Histórico de Quito proporcionou moradia com segurança, higiene e conforto aos habitantes.
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Com a revitalização, o espaço público voltou a ter sua utilidade na área cultural, educacional, habitacional e do comércio.
Motivação
A cidade de Quito é reconhecida pela Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, desde 1978, como patrimônio da humanidade. Porém, a partir de 1980, famílias de baixa renda começaram a ocupar os grandes imóveis residenciais do centro histórico da cidade, subdividindo-os em pequenos apartamentos, formando um quase cortiço; várias residências foram ocupadas para servir de depósito para os vendedores de rua; o centro passou a ser um local de congestionamento, com prédios decadentes e problemas relacionados ao mercado informal. Em 1987, a cidade teve boa parte destruída, causada por um terremoto. O governo, então, à época, buscou alternativas para a revitalização da cidade, considerando que, além de ser cidade reconhecida pela Unesco, o centro histórico de Quito concentra cerca de 50% da atividade econômica do país e boa parte da indústria nacional. A revitalização da área traria o desenvolvimento econômico com consequente geração de emprego e renda. A intervenção urbana também foi realizada com o intuito de impactar o crescimento socioeconômico da cidade, considerando que o processo de revitalização levou em conta a segurança, a sustentabilidade, a geração de emprego e renda, o espaço urbano, transformando-o em um ambiente mais agradável e saudável para os moradores e transeuntes.
Contexto
O centro histórico de Quito é constituído por cerca de 130 edifícios civis, culturais e, principalmente, de natureza religiosa que sofreram muitos danos com o terremoto em 1987. Porém, nesta época, a área já havia sido abandonada pelos moradores originais, que haviam se mudado para o norte da cidade e o centro histórico passou a ser povoado por famílias carentes vindas do interior e migrantes, que formaram comércios informais, sendo a maioria de desempregados ou com subempregos. O espaço urbano estava abandonado, discriminado pelos demais cidadãos da cidade, pois era desarticulado com o restante da cidade; a infraestrutura estava deteriorada e o meio ambiente totalmente degradado. A população não tinha consciência do valor histórico e cultural da área.
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