Artigo Estudos de Caso

Parque-esponja Yanweizhou na cidade Jinhua, China

Metodologia

Soluções Baseadas na Natureza (NBS)

Cidade-Esponja

China

Jinhua()

Cidades-esponja são feitas por intervenções paisagísticas baseadas na natureza, de modo a adaptar áreas urbanizadas aos desafios trazidos pelo excesso de águas das chuvas. Ao mesmo tempo oferece múltiplos co-benefícios para as pessoas, incentivando a economia local, atraindo visitantes. A cidade de Jinhua, na China, inovou ao introduzir o parque Yanweizhou (que significa a “cauda da andorinha” devido à sua forma). O parque é inspirado em projetos chineses milenares e foi projetado para funcionar como uma esponja, dando resiliência para adaptar a cidade aos impactos das chuvas de monção que inundavam a cidade por conta de projetos de engenharia higienista, que visavam drenar as águas para as áreas mais baixas o mais rápido possível por meio de canais concretados. Para funcionar como esponja o parque, com 26 hectares, restaurou funções ecológicas com a detenção e acomodação de águas de chuvas, com capacidade para episódios climáticos de até 200 anos nas áreas renaturalizadas do parque que fica na confluência de dois rios Wuyi River and Yiwu que se juntam para formar o rio Jinhua. O projeto trabalhou nas margens de inundação, antes concretadas, fazendo uma espécie de terraceamento, que retém e possibilita a infiltração das águas em seus canteiros curvos, impedindo erosão e abrigando rica biodiversidade. As áreas das antigas cavas de mineração de areia foram incorporadas ao projeto, com a criação de novos ecossistemas. Nas áreas de contato com as águas, o concreto desapareceu com a construção de margens naturalizadas que mimetizam a natureza criando nichos para diversas espécies terrestres e aquáticas. Os fluxos dos rios correm por gravidade interconectados, com ritmo mais lento de forma a reduzir a energia das águas em áreas naturalizadas com rica biodiversidade, o que possibilita a filtragem das águas e evitam as inundações em áreas urbanizadas. As águas das chuvas se acomodam e infiltram nos terraços plantados curvilíneos, correm por biovaletas que os interconectam de forma dinâmica e adaptativa, de acordo com os níveis do rio que sobe em períodos de chuva inundando áreas planejadas para esse fim. Ademais, esse espaço multifuncional tem funções ecológicas e sociais que conectaram a Ópera com a cidade, integrando e trazendo as pessoas para seus numerosos espaços por meio de passarelas coloridas por onde as pessoas circulam em segurança. As passarelas e caminhos estão acima do nível da chuva de 200 anos, de modo a que a conectividade entre os espaços seja garantida mesmo com níveis máximos de águas. O projeto deu uma nova identidade para a cidade e passou a ser reconhecida pela beleza da paisagem construída com soluções baseadas na natureza.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Fundos públicos e privados.

Desafios

  • Restabelecimento de fluxos naturais.

  • Transformação de área degradada em área multifuncional.

  • Filtragem das águas pela vegetação e pelos materiais inertes que funcionam mecanicamente.

  • Restabelecimento de brejos que mantêm os ciclos naturais da água.

  • Materiais de demolição foram usados no projeto.

  • Projeto integra o manejo adequado das águas com outras múltiplas funções ecológicas e humanas.

  • Projeto desenvolvido para dar resiliência à cidade frente às mudanças climáticas.

  • O projeto é todo pensado para filtrar e infiltrar águas.

  • O parque recuperou áreas degradadas restaurando e conservando numerosos serviços ecossistêmicos.

  • O parque é uma nova área verde urbana multifuncional.

  • A conexão entre os bairros é uma infraestrutura que incentiva a conexão entre diferentes áreas da cidade, sendo o próprio projeto uma infraestrutura ecológica para manejar as águas dos rios e de chuvas intensas.

  • O parque transformou a cidade de maneira significativa.

  • O projeto inovador promove empregos diretos em seu manejo, e indiretos por gerar mais atratividade e visibilidade mundial para a cidade.

Contexto

A cidade de Jinhua tem uma população de mais de 1 milhão de habitantes. O parque Yanweizhou é manejado pelo governo municipal. A área era um brejo natural vegetação ripária local na confluência dos dois rios com mais de 100 metros de largura, que se encontram para formar o rio Jinhua que dá nome à cidade. O brejo foi aterrado para dar lugar a equipamentos culturais, incluindo a Ópera com formas orgânicas, e áreas verdes que não eram acessíveis, sendo subutilizados. A área foi usada para mineração de areia que causaram grande impacto na paisagem.