Parque-esponja Yanweizhou na cidade Jinhua, China

Metodologia

A equipe de paisagistas, encabeçada por Kongjian Yu, enfrentou quatro grandes desafios: 1) Preservar os habitats existentes nas margens dos rios e ao mesmo tempo oferecer áreas para os moradores do denso centro urbano; 2) Aplicar o melhor método de controle de inundações – escolher entre mais concreto ou projetar um parque que funcionasse como uma esponja que permitisse ser inundado para proteger a cidade, e desse tempo para que as águas infiltrassem ou escoassem lentamente evitando desastres nas áreas urbanizadas; 3) Integrar a edificação da Ópera de maneira equilibrada com as paisagens construídas de modo a oferecer uma experiência única aos visitantes; 4) Conectar os bairros da cidade às paisagens úmidas e de beira-rio para aumentar a coesão social e dar um identidade para a cidade de Jinhua. Para tanto, os desafios foram resolvidos a partir das seguintes soluções: -Foi adotada a tática de preservar e melhorar os habitats remanescentes, com mínima intervenção na vegetação ripária que se desenvolveu no entorno das cavas de mineração de areia permitindo que a biodiversidade se desenvolvesse ao longo do tempo. A conservação e aumento da biodiversidade nativa de áreas úmidas, com enriquecimento de vegetação que atrai pássaros e outras espécies silvestres foi prioritária no desenvolvimento do projeto. -O tratamento do terreno com topografia adequada para construir os espaços de acomodação de águas, juntamente com a conservação e criação de nichos para a biodiversidade foram prioritários para a construção da paisagem-esponja. Essa paisagem construída mimetiza os brejos que haviam na região, dando resiliência à cidade frente aos eventos climáticos extremos causados pelas chuvas de monção em harmonia com a natureza. -As áreas inundáveis são fechadas aos usuários quando as águas dos rios sobem, e quando baixam deixam nutrientes que enriquecem os terraços plantados. -As áreas secas são totalmente cobertas por pavimentos permeáveis usados nos caminhos de pedestres, com uso extensivo de brita feita com material de demolição do próprio local. -Pavimentos permeáveis foram usados nas áreas de circulação e estacionamento de veículos. -Biovaletas circulares são integradas com as áreas do plantio nas golas de árvores. -O lago localizado no interior do projeto foi projetado para infiltrar águas por meio de camadas de diferentes granulometrias de material inerte, que atua mecanicamente e biologicamente para melhorar a qualidade da água de modo a que seja balneável. -Uma passarela de 700 metros fica acima do nível de inundações com chuvas de 200 anos, conecta o parque com a cidade. O projeto que remete à História e ao futuro que se deseja para a cidade toda. Essa passarela curvilínea, inspirada no dragão é parte do Festival da Primavera, conecta os bairros do norte e do sul. -A conexão dos moradores com a natureza é feita dando acesso às margens dos brejos, ao longo de todo o trajeto.