Artigo Estudos de Caso

Paseo Bandera - Santiago - Chile

Metodologia

Mobilidade

Passeio urbano exclusivo para pedestre

Chile

Santiago()

Trata-se da conversão de uma rua congestionada e icônica do centro de Santiago em um passeio exclusivo para pedestres, que inclui, além da intervenção urbanística, a instalação de obras de arte na forma de pinturas e esculturas. A rua alvo da intervenção ficou fechada por cinco anos em função da construção de uma linha de metrô. O passeio tem três trechos divididos por cruzamentos com outras ruas e, em cada um deles, as intervenções mudam: o primeiro é inspirado na história pré-hispânica do Chile; o segundo quer refletir a diversidade atual do país, desencadeada pela imigração e mudanças culturais; o terceiro procura retratar o futuro através de mobiliário mais moderno e cores mais fortes. A intervenção revalorizou um espaço que se deteriorou, que tem um forte simbolismo cívico e que se conecta com outros passeios pedestres no centro histórico da capital (FUENTES, 2019).

Custo para Implementação

Informação não disponível

Em torno de 500 mil dólares.

Desafios

  • Torna zonas da cidade mais atrativas aos pedestres, ampliando suas opções de deslocamento e acesso a oportunidades. Pode facilitar os deslocamentos através dos trajetos que conectam os domicílios às estações de transporte de média e alta capacidade.

  • Caminhar – e também pedalar - são os modos de deslocamentos mais naturais e saudáveis, principalmente para os trajetos curtos circunscritos a áreas centrais de médias e grandes cidades.

  • Nesse caso, a promoção da mobilidade não-motorizada se dá através da restrição da circulação de veículos motorizados, em sua maioria, abastecidos com combustíveis fósseis, reduzindo, portanto, a emissão de gases poluentes.

  • A implementação de zona livre de carro - junto com a gestão da velocidade - são as principais medidas para beneficiar a segurança de todos os usuários das vias. Nesse caso, pedestres e ciclistas podem encontrar espaços para determinar os trajetos mais seguros.

  • A conexão através de espaços de circulação exclusiva para pedestre promove acessos e deslocamentos mais eficientes em áreas centrais com alta densidade e foco de congestionamento e poluição sonora.

  • Reduz a necessidade da circulação de veículos particulares, o que pode gerar um ambiente urbano mais amigável para outros ciclistas e pedestres, atraindo público para zonas pouco frequentadas, vitalizando o comércio local e atividades relacionadas ao turismo.

Contexto

A cidade de Santiago, inserida na Região Metropolitana de mesmo nome, é a capital do Chile, onde vive mais de um terço da população do país. Na cidade, desde a segunda metade do século XX, o modelo de transporte urbano priorizou o uso de veículos motorizados. O último censo de 2017 indica que na Província de Santiago vivem em torno de 4 milhões de habitantes, distribuídas em 32 comunas (unidades municipais), com densidade populacional de 2.304,83 hab/km². A cidade de Santiago está localizada em um vale chamado "vale central". Este vale é parte da conhecida Depressão Intermediária e está delimitado pela Cordilheira dos Andes ao leste. A cidade está localizada na bacia hidrográfica do rio Maipo, que possui uma superfície de aproximadamente 15 380 km². Seu rio mais importante é o Mapocho, cujo percurso, ao ser habitado desde a época colonial, deu origem à cidade. O clima de Santiago corresponde ao clima temperado, com chuvas no inverno e estação seca prolongada. A principal característica climática de Santiago é a concentração de cerca de 80% das precipitações principalmente durante os meses de inverno (maio a setembro), variando entre 50 e 80 mm por mês. Santiago se localiza em uma zona ecológica conhecida como "matorral chileno", que tem sido fortemente modificada devido à utilização do solo para fins agrícolas ou para expansão urbana (Gobierno Regional Metropolitano de Santiago, 2020).