Estudos
Postos de Assistência Técnica na periferia de Brasília
Ambiente Construído
Intervenção urbana em áreas de ocupação espontânea
Brasil
Distrito Federal(DF)
Metodologia
Para receber assistência técnica, o morador se inscreve e acompanha todo o procedimento no próprio posto. “Ele pode ir até lá e fazer na hora a inscrição. Depois, fazemos a análise social, para ver se a família se enquadra nos critérios da Lei de Assistência Técnica, a 11.888. É necessário que tenham renda conjunta de até 3 salários mínimos e morem na região. Se a família for selecionada, enviamos um arquiteto e um engenheiro até a casa. Esses profissionais conferem se há situações de insalubridade ou insegurança que habilitam para a participação no programa. Em caso positivo, já passam à medição para a elaboração do projeto”, explica Sandra Marinho, gerente de Projetos e Obras da Codhab-DF. O processo segue o seguintes passos: A. O Município ou o Distrito Federal – encaminha proposta ao Ministério das Cidades e estabelece com esse um convênio ou termo de parceria para o repasse de recursos federais para a Assistência Técnica (art. 3º). O agente financeiro opera os recursos diretamente com o município e os usuários. B. O Município ou Distrito Federal, através de seus órgãos colegiados, como o Conselho Municipal de Habitação, elabora um cadastro das famílias (com renda de até 3 SM) aptas a acederem à Assistência Técnica (art. 3º). C. As entidades profissionais firmam convênio ou termo de parceria com o Município/Distrito Federal e com o agente financeiro para atuarem na seleção e contratação de profissionais e para receberem recursos para a gestão da Assistência Técnica. (art. 4º) D. A entidade elabora cadastro de profissionais interessados em realizar os serviços de Assistência Técnica previstos na Lei (art. 4º). E. A família selecionada vai até a entidade profissional e solicita um profissional. F. A entidade indica um profissional cadastrado. G. O contrato é firmado entre as partes – família e profissional – e comunicado aos demais agentes. H. O profissional presta a primeira parte da assistência técnica: elabora o projeto. A assistência técnica contempla obra nova, reforma ou ampliação, e deve garantir a participação da família em todo o processo. I. O conselho profissional – CREA ou CAU – fiscaliza o exercício profissional. J. A família obtém recursos para a execução da obra junto às linhas de financiamento do agente financeiro ou de outros programas de HIS, ou com recursos próprios. K. O profissional presta a segunda parte da assistência técnica: acompanha a execução. A cada etapa concluída o profissional recebe a remuneração. M. Os agentes envolvidos realizam relatórios e avaliação do processo concluído.
Implementação
Atores
Codhab-DF
Governamental (de cima para baixo)
Governo do Distrito Federal
Governamental (de cima para baixo)
Comunidades carente do DF
Comunitária/Grassroots (de baixo para cima)
Governança
Após a instituição da Lei Federal nº. 11.888/2008, a Assistência Técnica passou a ser preocupação dos governos estaduais e distrital. Assim, desde abril de 2015, a empresa pública de Habitação (Codhab-DF) mantém arquitetos e urbanistas nas regiões mais pobres de Brasília. Dez escritórios públicos de assistência técnica atendem gratuitamente à população: quatro pelo “Projeto na Medida”, que serve às famílias de forma individualizada, levando em conta a realidade e a necessidade de cada uma; e seis focados exclusivamente na reurbanização e revitalização de espaços públicos. Os postos contam ainda com engenheiros e assistentes sociais para atender em conjunto aos moradores. Cada escritório tem autonomia para propor medidas prioritárias a serem tomadas em cada um dos dez posto de Assistência Técnica espalhados pelas Regiões Administrativas do Distrito Federal. Assim, as demandas e necessidades locais são atendidas pelo corpo técnico que convive diretamente com aquela realidade.
Público-alvo
Famílias selecionadas pelo programa com renda conjunta de até 3 salários mínimos.
Elementos de Replicabilidade
No Brasil, o projeto já foi apresentado em palestras no Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Recife (PE), Manaus (AM), Belém (PA), Campo Grande (MS), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Palmas (TO), Maringá (PR) e Porto Velho (RO).
Para o presidente da Codhab-DF, vivenciar os problemas da comunidade atendida é o que faz o trabalho se destacar.
Essa experiência de sucesso é fundamental não somente para efetivar a implementação dos programas em suas regiões, como também para promover a troca de experiências em nível nacional, colaborando para a evolução das iniciativas e o fortalecimento do programa em todo o país, visando a criação de um programa com um impacto positivo proporcional à magnitude da questão habitacional brasileira. Manuais de Orientação como o Manual para a Implantação da Assistência Técnica Pública e Gratuita a Famílias de Baixa Renda para Projeto e Construção de Habitação de Interesse Social desenvolvido pelo IAB, bem como outras cartilhas sobre o ATHIS auxiliam na difusão de conhecimento e boas práticas para as demais regiões do país.
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