Artigo Estudos de Caso

Quatro estratégias de travessias seguras para pedestres e ciclistas

Metodologia

Mobilidade

Cruzamentos favoráveis a pedestres e ciclistas

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Este estudo de caso aborda as principais e mais utilizadas metodologias de travessias seguras, que tem por objetivo principal proteger os pedestres, reduzir o trânsito, especialmente nas curvas, melhorar a visibilidade dos motoristas em relação aos pedestres e por fim, reduzir a área de intersecção nos cruzamentos. Ademais, o estudo tem como base o trabalho de Veridiana Gomes (2015) sobre a rua como um espaço inclusivo. Para tanto, destaca-se aqui os quatro estratégias de travessia: 1. Travessias e interseções elevadas. Estes tipo de travessias são bastante difundidas em locais de acesso a edifícios institucionais e comerciais. Vale destacar que essas travessias elevadas são utilizadas para sinalizar mudança de prioridade conforme modal de transporte. 2. Neckdowns ou elephant ear são extensões das calçadas que operam como um elemento de redução de tráfego. Como acontece nas esquinas, reduz a distância de travessia e permite que os pedestres ganhem maior visibilidade ao se aproximarem dos condutores de veículos. Funciona bem em vias que possuem estacionamentos em baliza. 3.Interseções protegidas (dutch junction), oferecem proteção aos ciclistas nos cruzamentos, independentemente de estarem virando para a esquerda, virando para a direita ou continuando em frente. A chave para o seu design são as quatro ilhas perto de cada canto da interseção. "Elas impedem que os carros, ao realizarem uma curva, entrem no caminho dos ciclistas, enquanto forçam os ciclistas a circularem na visão dos motoristas", como coloca Ryan Holleywell. 4. Cruzamento à Barnes Dance: possui esse nome por ter sido desenvolvido pelo engenheiro de tráfego que popularizou o modelo em algumas cidades dos EUA. O cruzamento à Dança Barnes é um cruzamento onde o tráfego de carros é interrompido para que os pedestres possam atravessar em todas as direções, inclusive na diagonal. O modelo ganhou esse nome quando um repórter da prefeitura de Nova Iorque escreveu que essas travessias "deixavam as pessoas tão felizes que pareciam dançar pelas ruas", segundo a autobiografia de Barnes.

Custo para Implementação

Informação não disponível

O financiamento em geral é responsabilidade do setor público. Em alguns casos, pode ser compartilhado com o setor privado, como proposto no Placemaking, onde todos os atores envolvidos no processo de transformação do espaço podem colaborar, principalmente nos estágios iniciais quando são realizadas intervenções experimentais de baixo custo.

Desafios

  • O desenho urbano e a gestão pública do ambiente construído devem possibilitar o livre circular dos pedestres e ciclistas por meio da continuidade dos deslocamentos nos pontos de travessia.

  • A mobilidade motorizada deve ser contida nas cidades; sendo assim, o desenho urbano deve delimitar zonas de travessia que priorizem os modais não motorizados.

  • Pedestres e ciclistas são os mais prejudicados nos conflitos e choques de trânsito; por esse motivo, devem ter preferência nos cruzamentos sempre que possível. As estratégias de travessia voltadas aos pedestres e ciclistas contribuem para essa meta.

Contexto

As cidades tornaram-se pontos de concentração de grande quantidade de veículos, os quais ocupam cada vez mais espaço e impõem um modelo de mobilidade associado a grandes distâncias. Nesse cenário, pedestres e ciclistas tornam-se atores de menor protagonismo frente à força da mobilidade motorizada. Em ruas com distâncias relativamente longas entre as intersecções, é importante o uso de estratégias que possibilitem travessias seguras. A travessia deve possibilitar fácil acesso entre o pedestre e atrações do outro lado da rua, como parada de ônibus, parques, escolas, e lojas. As travessias podem ser de vários tipos, como faixas de pedestres e sinalizações adequadas a pedestres e veículos; quando houver canteiro central, usá-lo como ilha de apoio para quebrar a travessia em duas partes; as travessias devem ser destacadas por meio do tratamento do material ou da pintura, entre outros.