Estudos
Reajustamento viário (Ruas Completas)
Mobilidade
Modelo de Ruas Integrais
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A solução de Ruas Completas baseia-se em um conjunto de técnicas e estratégias voltadas a aumentar a segurança e o acesso a todos os usuários, encorajar o caminhar, o pedalar e o uso do transporte coletivo, abrigar os negócios e a economia local e criar lugares que promovam a vitalidade da comunidade. O reajustamento viário é uma das técnicas aplicadas ao desenho das Ruas Completas que visa redistribuir o espaço de circulação viária para conciliar diferentes modais de transporte.
Custo para Implementação
Informação não disponível
O financiamento de intervenções de reajustamento viário pode se dar de diferentes formas: o governo pode apoiar e arcar com os custos ou os moradores e associações ligadas ao tema podem promover campanhas de arrecadação de fundos para a realização das obras, ou os dois grupos de atores podem unir-se por meio de parceria.
Desafios
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A orientação do desenho urbano deve considerar a fragilidade do pedestre e do ciclista perante os modais motorizados.
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A estratégia do reajustamento de vias locais abrange um problema global relacionado à saúde pública dos ambientes urbanos.
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A valorização do espaço do pedestre segue a linha da mobilidade verde, favorecendo o transporte não motorizado.
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Quanto mais inclusivos forem os espaços, maiores serão as chances de se tornarem atrativos e seguros.
Motivação
Provisões para o tráfego veicular sempre significaram usurpar do pedestre grandes partes do sistema de espaços públicos, fato que justificou a busca por um novo modelo que solucionasse os problemas sobre os espaços de circulação. Esse novo modelo foi desenvolvido a partir da concepção de que o veículo motorizado é fator central no planejamento da cidade. Sendo assim, muitas cidades no Novo Mundo tiveram planos urbanísticos que superdimensionavam as vias de circulação veicular. Brasília é um exemplo de cidade cujo sistema viário é superdimensionado. Esse problema pode ser visto como uma potencialidade diante do movimento por Ruas Integrais, uma vez que o espaço excedente permite um redesenho mais abrangente. No Brasil, estudos realizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), revelaram que, “em 2003, foram perdidos em acidentes automobilísticos, 5,3 bilhões de reais, sem contar os acidentes rodoviários”. O valor da soma (equivalente a 0,4% do Produto Interno Bruto de 2002) era resultante da estimativa de valores aplicados em várias frentes, desde procedimentos de socorro, atendimento hospitalar e danos aos veículos, até a perda de produção devido às mortes e a afastamentos do trabalho (IPEA, 2003).
Contexto
O movimento por ruas integrais tem se difundido nos últimos 50 anos, por meio das contribuições de diversas organizações que defendem o desenho da rua multifuncional, na qual todos os modais de deslocamento estejam compreendidos. O movimento intitulado US – Based Complete Streets Movement promove campanhas contra o uso de vias destinadas a veículos em alta velocidade e defende o desenho integrador – incluindo ciclistas, veículos públicos, motoristas, pedestres de todas as idades e habilidades. Nova Iorque é uma das cidades mais envolvidas nesse movimento, como mostra o New York Streets Renaissance, plano empreendido pela associação Transportation Alternatives, que pretende alterar o modelo de mobilidade das ruas e reduzir a zero o número de vítimas de acidentes em ruas locais da cidade - Vision Zero. Atualmente o sistema de calçadas da cidade, em conjunto com iniciativas de suporte ao transporte público e ao uso da bicicleta, funcionam de forma integrada e já se contabilizou uma baixa de 34% nos acidentes em ruas locais.
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