Estudos
Sensoriamento remoto como ferramenta de monitoramento da qualidade da água do Lago Paranoá - Brasília - Brasil
Saneamento Ambiental - ÁGUA
Automação aplicada à sistemas de abastecimento de água
Brasil
Distrito Federal(DF)
Este estudo de caso tem como base o trabalho de Machado e Baptista da Universidade de Brasília (2016), que trabalham em pesquisa de metodologia de sensoriamento remoto para estimar o estado trófico de um reservatório urbano (Lago Paranoá) em Brasília, com vista ao monitoramento da qualidade da água. Os pesquisadores destacam que quatro fases limnológicas do Lago Paranoá foram analisadas a partir da eutrofização do reservatório como resultado do excessivo aporte de esgotos domésticos. Dados de fósforo total, clorofila-A, transparência da água e imagens processadas do LANDSAT TM 5 foram utilizados para estimar do estado trófico. Esses dados foram correlacionados pelos pesquisadores com dados limnológicos e os mapas quantificaram as variáveis para todo o espelho d’água, permitindo a determinação da qualidade da água após um processo de eutrofização.
Custo para Implementação
Informação não disponível
Caesb/Pnud – Companhia de Saneamento Ambiental Do Distrito Federal/Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Projeto BRA/87/11/B/01/01.
Desafios
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Determinação do estado trófico da água permite estabelecimento de melhores ferramentas de gestão e utilização da qualidade da água.
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Em lagos e reservatórios a eutrofização (que faz parte do ciclo natural da água apos o turn over) é objeto de crescentes ações preventivas e controle. O Sensoriamento remoto demonstrou ser uma excelente alternativa para substituição de técnicas tradicionais.
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Determinação do estado trófico de forma rápida e eficiente, permite tomadas de decisões operacionais de estações de tratamento de água, com melhor otimização do uso de recursos (insumos).
Contexto
De acordo com Machado e Baptista (2016), o crescimento da demanda por energia tem incentivado a construção de reservatórios para a acumulação de água para fins hidrelétricos. Contudo, esses reservatórios se prestam não somente à geração de energia, mas também para outros fins como o abastecimento, a pesca e a recreação. Dependendo da origem e do tipo de reservatório e do fim a que se destina, o monitoramento da qualidade de suas águas tem um inestimável papel do ponto de vista sanitário, bem como no que se refere à sua vida útil. Vários fatores podem contribuir para minimizar a utilização e a vida útil de um reservatório pois geram sedimentos que alteram, de modo específico, as propriedades ópticas da água. Vale destacar que a qualidade da água de reservatórios é tradicionalmente monitorada e avaliada com base na coleta de dados limnológicos. No entanto, o monitoramento de água tradicional por coleta de amostras de água e análise de laboratório necessita de recursos estruturais tais como laboratório específicos e recursos humanos capacitados. O monitoramento da qualidade da água em reservatórios serve também para verificar a sua situação e os seus problemas emergentes, bem como para definir planos, prioridades e programas para o gerenciamento da qualidade da água e avaliar a efetividade/eficiência das medidas tomadas. Os autores destacam que a bacia do Lago Paranoá está localizada na região central do Distrito Federal e possui uma área aproximada de 1.034,07 km2, correspondendo a cerca de 18% do seu território. A sub-bacia do Lago Paranoá ocupa uma área de 288,69 km2, funcionando como bacia de captação dos principais cursos d’água que drenam o sítio urbano da cidade de Brasília. O Lago Paranoá está situado a uma altitude de 1.000 metros, que corresponde à cota de alagamento. É um lago urbano artificial criado em 1959 a partir do fechamento da barragem do Rio Paranoá, represando águas do Riacho Fundo e do Ribeirão do Gama, ao Sul e do Ribeirão do Torto e do Córrego Bananal, ao Norte. O reservatório foi criado com os objetivos principais de propiciar recreação e paisagismo e é especialmente suscetível ao problema da eutrofização, porque acaba por ser o corpo receptor dos esgotos domésticos de uma população de aproximadamente um milhão de pessoas residentes na bacia. Essa população vive em 374.733 domicílios, dos quais 85% têm o seu esgoto recolhido e tratado em estações antes de ser despejado no lago. Além disso, ações antrópicas vêm resultando em vários materiais que são carreados para o lago, como lixo urbano, restos de materiais de construção, partículas de asfalto liberadas das estradas, materiais orgânicos de fazendas e matas, agrotóxicos das áreas cultivadas e partículas de solo exposto e livre das estradas não pavimentadas.
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