Artigo Estudos de Caso

Sistema de resfriamento natural nos hospitais da Rede Sarah

Metodologia

Ambiente Construído

Estratégia bioclimática: Sistemas de resfriamento natural

Brasil

Bahia(BA)

Resultados e Impactos

Para avaliar a eficiência da geometria dos sheds com relação à ventilação natural, maquetes de enfermarias dos hospitais de Salvador e do Rio de Janeiro foram construídas e ensaiadas no túnel de vento de camada limite atmosférica do Laboratório de Conforto Ambiental e Física Aplicada da Unicamp. Esse túnel de vento foi construído através de um projeto em conjunto da Unicamp com a Eesc/USP, financiado pela Fapesp. Essa etapa da pesquisa foi auxiliada por Edson Matsumoto, que desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado na Unicamp, e pela professora doutora Lucila Chebel Labaki, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo dessa mesma instituição. Os resultados da comparação das enfermarias dos hospitais de Salvador e do Rio de Janeiro mostram que o interior da enfermaria do Sarah Rio é mais bem ventilado em aproximadamente 17%. As maiores dimensões das aberturas e do pé-direito do hospital do Rio de Janeiro, que captam o vento e o fazem passar na parte superior do ambiente interno, proporcionam uma vazão de ar maior e, consequentemente, velocidades maiores no ambiente interno.

Fatores de Sucesso

Sociais

Ambientais

Econômicos

Fatores de Fracasso

Em relação ao desenvolvimento do sistema de ventilação, no Sarah de Salvador cada shed está limitado a um ambiente. Se houver necessidade de mexer nas divisórias, essa mudança terá que ser feita de acordo com as aberturas dos sheds. “Isso cria uma limitação grande de flexibilidade dos ambientes”, diz o arquiteto. “Mas a tendência é a ventilação ir melhorando.” No sistema do Rio, a ventilação melhora bastante.

Fatores de Risco

Lelé sempre deixou claro sua frustração com a interrupção de seus projetos em decorrência de motivos políticos a cada mudança de governo, e incentivava a criação de mecanismos que pudessem garantir a sua continuidade (Buitoni, 2009).

Lições aprendidas

Além do cuidado com o conforto térmico e com a ventilação, o uso da luz natural é um fator imprescindível a ser considerado nos hospitais, pois, além dos benefícios para a saúde humana, é mais econômica e mais agradável para os pacientes. Mais do que uma questão econômica, Lelé sempre priorizou o uso desse recurso natural principalmente pela humanização dos espaços internos. “Quando comecei a projetar sheds não havia o problema econômico. O que me moveu a fazer os sheds foi a questão da humanização dos ambientes através da luz natural e da ventilação natural”, afirma Lelé. “Sempre achei que isso era mais sadio para o ser humano do que a iluminação artificial ou o ar condicionado. Então, minha posição inicial não foi movida pela economia ou pela sustentabilidade que hoje, devido ao alto custo da energia, é preciso ter com os recursos naturais, mas pela humanização. O projeto do hospital de Taguatinga foi iniciado em 1967 e ele é todo com ventilação e iluminação natural”, diz o arquiteto. Ao pensar sobre a empregabilidade da mão de obra brasileira, a dimensão dos painéis era adequada para dois homens carregarem manualmente. A proposta de Lelé, quando adequou suas peças às possibilidades de manutenção da mão de obra, respondiam às políticas de diminuir as taxas de desemprego da população brasileira e de manter a inclusão social por meio do trabalho. O segundo aspecto pelo qual João Filgueiras é reconhecido profissionalmente é a incorporação da necessidade de formação de técnicos de alta capacidade, necessários no país, principalmente nos locais fora dos grandes centros metropolitanos. Lelé citou a formação como uma das suas propostas fundamentais: “Nós queremos desenvolver a parte de ensino [...]. Nós queremos a partir disso fazer cursos inclusive de nível médio, em todas as áreas, não é uma coisa específica para pós-graduação, nós vamos entrar na formação básica também” (Lima, 2010).