Artigo Estudos de Caso

Trem turístico movido a energia solar “Tren de la quebrada”- Argentina, Bolívia e Peru

Metodologia

Mobilidade

Trem solar

Argentina

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Este estudo de caso aborda um projeto de desenvolvimento de linhas de trem conectadas entre países da América do sul que terão como base o uso de trens movidos a energia solar. Segundo a CANATUR (Cámara Nacional de Turismo del Perú), a construção do projeto chamado de “Tren de la Quebrada”, estima-se que a primeiro trecho da ferrovia seja concluído em agosto de 2019, unindo a localidade de Volcán com Purmamarca e Maimará, em uma rota de 20 quilômetros pelo norte argentino. Futuramente, a linha deve chegar até a Bolívia, tendo como destino final a cidade de Cusco, no Peru. Não há informações sobre a data prevista para a conclusão da obra de todo o percurso. A primeira ferrovia solar da região terá, inicialmente, dimensões reduzidas, consistindo em um vagão com uma capacidade aproximada de 240 passageiros. Por ser um trem turístico, a velocidade será de apenas 30 quilômetros por hora. De acordo com a CANATUR, a viagem de Volcán a Maimará será de cerca de três horas. O trem vai funcionar com painéis fotovoltaicos nos telhados. Sua propulsão será realizada através de energia solar e diesel hidráulico. O projeto envolveu técnicos e especialistas internacionais responsáveis pelo trem solar de Byron Bay, na Austrália. A primeira fase de construção requer um investimento de nove milhões de dólares, a segunda custará seis milhões de dólares. Este tipo de medida pretende reativar o transporte ferroviário na América Latina, com tecnologia sustentável, permitindo um bom funcionamento para a comunidade sem danificar o meio ambiente.

Custo para Implementação

Mais de cinco milhões de reais

Para a primeira fase de construção, foi requerido um investimento de 9 milhões de dólares por parte da província, dos quais a carteira turística aportou US$660.000. Para a segunda fase, o governo de Jujuy já está procurando um empréstimo de 6 milhões de dólares com o BID.

Desafios

  • O trem não utilizará combustíveis fósseis, comuns a este tipo de transporte.

  • O trem funcionará a partir de painéis fotovoltaicos instalados nos telhados, o que aumentará a eficiência energética ao reduzir a depedência de fontes de energia externas.

  • A propulsão do trem será realizada através de energia solar.

Motivação

Esta iniciativa pretende recuperar o vinculo ferroviário com a Bolívia e integrar o transporte ferroviário através do corredor dos libertadores entre Buenos Aires (Argentina) e Mataraní (Peru), atendendo a demanda de transporte de cargas e de passageiros. Também pretende ativar a via ferroviária Belgrano Cargas, que foi desativada há 25 anos na Trilha Inca e que foi a primeira rota comercial na América do Sul. Este projeto será o primeiro veículo turístico movido à energia solar a fazer uma ligação ferroviária na América Latina e o segundo no mundo.

Contexto

Este projeto está sendo implementado inicialmente na província de Jujuy, a qual se encontra ao noroeste da Argentina, sua capital é a cidade de San Salvador de Jujuy. O clima sofre forte influência do relevo. Nas regiões dos vales dos rios, o clima é quente, com precipitações pluviométricas abundantes. Na parte montanhosa, é seco (árido) com vegetação xerófila. Na região dos vales dos rios Jujuy e San Francisco predominam a produção de tabaco e cana-de-açúcar e onde se localizam os engenhos açucareiros. Também são importantes a criação de gado bovino (embora limitado às raças rústicas crioulas), de caprinos e lhamas, bem como a exploração florestal e de minérios de ferro, prata, chumbo e zinco. Vale ressaltar que a rede ferroviária argentina foi uma das mais extensas do mundo, chegando a possuir, em seu auge, cerca de 47.000 km de vias, e segue sendo a maior de toda a América Latina. Devido às diversas crises econômicas, aliadas ao crescimento do modal rodoviário, a rede ferroviária foi sendo reduzida progressivamente ao longo dos anos 60 e 70, chegando aos atuais 34.059 km de vias. Possui três bitolas distintas (1,676m, 1,00m, e 1,435m além de 0,75m do ramal turístico de La Trochita) e conexões internacionais com Paraguai, Bolívia, Chile, Brasil e Uruguai.