Artigo Estudos de Caso

Usina Hibrida Tacaratu - Pernambuco

Metodologia

Energia

Micro e minigeração distribuída com sistemas híbridos

Brasil

Pernambuco(PE)

Resultados e Impactos

Trata-se do primeiro parque híbrido de geração de energia do Brasil, implementado na cidade de Tacaratu, formado por duas usinas fotovoltaicas e um parque eólico complementar que geram energia quase ininterrupta. A energia gerada está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), e a linha de transmissão é de responsabilidade da concessionaria de energia Chesf. Desde o início da operação integrada do projeto de Tacaratu, em setembro de 2015, já foram gerados mais de 277 GWh. No pico de instalação do parque híbrido da Enel Green Power, foram criados 900 empregos diretos. Também pode ser considerada a criação de 4.500 empregos indiretos em toda a cadeia produtiva setorial. A construção das plantas teve investimento total de aproximadamente 148 milhões de dólares. Este projeto, além de aumentar a geração de energia com zero emissão de gases de efeito estufa no Brasil, usa a mesma infraestrutura para as duas plantas, diminuindo os custos e reduzindo ainda mais o impacto sobre o meio ambiente.

Fatores de Sucesso

Sociais

Ambientais

Econômicos

Fatores de Fracasso

Não foram encontrados fatores de fracasso.

Fatores de Risco

Nas usinas hibridas tecnicamente existe a possibilidade de interferência de uma usina na outra. Por exemplo, ao se instalar uma usina fotovoltaica próxima a uma eólica, a sombra das torres e/ou das pás sobre os módulos fotovoltaicos pode provocar perdas, e ainda, o sistema fotovoltaico pode interferir na rugosidade do terreno, possivelmente perturbando o recurso eólico disponível para os aerogeradores. Dentre os múltiplos benefícios de implementar uma usina hibrida se encontra a contratação da capacidade da rede, pois ela é menor do que a soma de suas potências individuais, o que traria alguma economia com tarifas de uso da rede. No entanto, em alguns momentos, a energia produzida não poderá ser escoada devido à limitação da rede, e terá que ser “desperdiçada” (o chamado curtailment), o que pode demandar ajustes regulatórios e contratuais. Particularmente, o Brasil carece de uma regulamentação especifica para estes tipos de projetos, o que dificulta sua inserção na matriz energética. Dessa forma, os projetos são tratados separadamente, devendo estes seguir as resoluções da Aneel, as quais estabelecem os requisitos necessários à outorga de autorização para exploração de usinas eólica e solar, o que traz atrasos nos trâmites legais da implantação do empreendimento, aumentando o risco da indisponibilidade e energização do projeto, podendo impactar severamente no plano de negócios do investidor. Consequentemente, sinergias que poderiam ser melhores aproveitadas como o efetivo compartilhamento da infraestrutura, agilidade na aquisição de licenças e autorizações e o aproveitamento da complementariedade energética acabam sendo não exploradas por inexistência de arcabouço regulatório próprio. Pelo tratamento distinto entre as fontes, projetos híbridos esbarram em burocracias, tal como a necessidade de criação de empresas distintas, gerando custos contábeis e fiscais, impossibilidade de compensação energética entre fontes distintas no âmbito de projetos regulados, ausência de um processo único de licenciamento ambiental, impossibilidade de parecer de conexão unificado junto às distribuidoras e/ou ONS, dentre outras. Somente após a conclusão das obras e após receber o registro da Aneel é que o empreendedor poderá dar início ao processo de adesão junto à CCEE. Este fato atrela atrasos e riscos na disponibilização da usina para geração de energia elétrica ao sistema interligado nacional. Os custos das energias renováveis podem ser considerados como um fator de risco, pois apesar de apresentarem significativa redução no custo de geração nos últimos anos, as fontes renováveis em casos específicos ainda possuem custos mais elevados do que as fontes convencionais. Do ponto de vista regulatório, podem ser adotados instrumentos específicos que garantam a redução dos riscos de investimento no setor e custos diretos como redução da tarifa de uso do sistema de distribuição/transmissão. Os leilões de energia intrafontes, por exemplo, são eficientes mecanismos de compra e venda de energia e garantem que haverá mercado para aquisição de energia de determinada fonte renovável, por meio da assinatura de contratos e venda de energia de longo prazo.

Lições aprendidas

Ao implementar este tipo de tecnologia existe a possibilidade do compartilhamento do uso da rede entre usinas, de forma a permitir a contratação do uso com uma potência inferior à soma das potências individuais. Se o projeto fosse construído próximo ao sistema de transmissão haveria uma otimização dos recursos naturais, além de agilizar o processo de licenciamento ambiental do empreendimento. O tratamento da energia não escoada (curtailment), em face de produção conjunta entre as usinas, deve ser regulamentado.