Artigo Estudos de Caso

Caminho Escolar de Paraisópolis

Metodologia

Mobilidade

Implementação de grupos de caminhada utilitária para escola

Brasil

São Paulo(SP)

Metodologia

O projeto teve duas fases de implementação e envolveu duas áreas que concentram as nove escolas que atendem à população da favela. Num levantamento realizado, 85% dos estudantes que participaram afirmaram que iam para o colégio caminhando sozinhos ou em grupo. Fase 1: foi escolhida uma escola em cada área delimitada para receber a apresentação do projeto, uma pesquisa sobre hábitos de mobilidade e percepção do caminho, e a elaboração de um catálogo de atividades para desenvolver durante o período escolar. A pesquisa incluiu 1.600 alunos e professores, mapeou as rotas escolares e indicou a falta de percepção no perigo de atravessar a rua sem cuidado, e a ausência de regras de trânsito. O índice de retorno foi de 73,45%. Fase 2: atividades de engajamento da comunidade. O projeto foi apresentado em mais sete escolas que não haviam participado da fase 1. Foram realizadas reuniões com a direção e os coordenadores pedagógicos, nos conselhos gestores da comunidade e no Fórum Multientidades. Ações: soluções de mobilidade viáveis para a comunidade de baixo orçamento foram implementadas em duas escolas: o projeto "ônibus a pé" foi desenvolvido dentro dos Caminhos Escolares para incentivar o desfrute do espaço público com segurança, fortalecendo as amizades, confiança e autonomia infantil. O ônibus escolar caminhante reúne um grupo de 20-25 alunos para realizar juntos o trajeto para a escola, capitaneados por dois adultos voluntários. As crianças caminham protegidas pelo adulto que lidera o grupo, e por outro que fica no fim da fila.

Implementação

Atores

Irene Quintáns

Comunitária/Grassroots (de baixo para cima)

Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo

Governamental (de cima para baixo)

Centros escolares de Paraisópolis

Outro

Famílias com filhos entre 6 e 14 anos matriculados regularmente em escolas municipais

Outro

Governança

A iniciativa foi capitaneada pela arquiteta especialista em mobilidade Irene Quintáns e realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação, no contexto das obras de urbanização que haviam sido iniciadas na comunidade em 2006. Os centros escolares ficam envolvidos na proposta e gestão dos projetos desenvolvidos com os alunos, em parceria com a equipe externa coordenadora. As famílias (pais e filhos) devem participar e confiar na viabilidade e vantagens do projeto para a saúde integral da criança e bem-estar da comunidade.

Público-alvo

O projeto impactou diretamente 8.500 crianças de 6 a 14 anos e toda a comunidade, indiretamente.

Elementos de Replicabilidade

A comunidade precisa participar e se reconhecer como igualmente responsável pela situação que busca melhorar, exigindo um esforço significativo por parte de todos os agentes envolvidos nesse processo.