Artigo Estudos de Caso

Mercado Municipal de São Paulo

Metodologia

Ambiente Construído

Mercados públicos

Brasil

São Paulo(SP)

O Mercado Municipal de São Paulo é um exemplo de espaço destinado à compra, alimentação e turismo, que envolve a história acerca do desenvolvimento do centro da cidade e suas relações sociais. Em 2004, esse mercado passou por um projeto de requalificação arquitetônica e espacial que foi orientado pelos seus potenciais e suas relações de comércio, amizade, sobrevivência e convivência na cidade de São Paulo. Segundo ROIM (2016), a complexidade das ações humanas, no que se refere aos mercados públicos, envolve atos simples como a compra de alimentos, sua transformação em comida e degustação, traduzidos em ações repletas de significados e conteúdo cultural.

Custo para Implementação

Informação não disponível

Para resultados mais atuais e levando em consideração o financiamento a partir da requalificação de um espaço já existente, grande e singular como o Mercado Municipal de São Paulo, a viabilização de financiamento foi para executar uma obra de grande porte sem interferir no funcionamento de um dos principais centros de distribuição de alimentos da cidade, por onde diariamente circulam dez mil pessoas e saem cerca de 350 toneladas de alimento. Orçada em 24 milhões de reais, a reforma é parte do Ação Centro, programa para requalificação de bairros centrais coordenado pela Empresa Municipal de Urbanização, Emurb, e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Desafios

  • As relações comerciais que acontecem no Mercado Municipal de São Paulo são muito fortes e importantes para economia do municipal, beneficiando os pequenos produtores. Além dos produtos importados, tem ainda grande variedade de produtos da cultura gastronômica brasileira originários de vários estados e regiões, com destaque para o azeite de dendê da Bahia, o coco verde e a castanha de caju do Ceará, o camarão de Pernambuco e Santa Catarina, o robalo de Santos, o feijão de corda do Nordeste, o doce de leite de Minas Gerais, entre outros. Muitos desses produtos são considerados naturais e favorecem a economia comunitária cujo impacto ambiental geralmente é baixo.

Contexto

A construção do Mercado Municipal de São Paulo foi considerada um avanço social, com arquitetura refinada e magnitude da obra num espaço que era malquisto pela alta sociedade do período, assim modificando o cenário da Várzea, dando vida e sofisticação a um lugar antes tido como mal frequentado e contando também com as inovações sanitárias requeridas pelo planejamento urbano de uma cidade moderna do século XX. O Mercado havia sido projetado em grandes proporções de tamanho e de número de comerciantes; sua arquitetura imprimia status social para o centro da cidade, do estado e do país. O local apresentava os contrastes das diferenças sociais e econômicas da própria cidade que vivia um período de mudanças, de inovações tecnológicas e econômicas, que se industrializava, incentivando assim as migrações da mão de obra do campo para as indústrias. Em 1939, foram realizadas melhorias na região do entorno do Mercado, a fim de facilitar a acessibilidade. Iniciaram-se, assim, as atividades das três primeiras linhas de bondes, conhecidos como Caras-de-pau e exclusivos para comerciantes e suas mercadorias. A maioria de bancas ou boxes atuais é composta por familiares que ocupam os espaços há gerações, desde sua inauguração, passando de pai, para filho e, atualmente, para neto (ROIM, 2016, pg. 43).