Estudos
Projeto MeyGen
Energia
Geração com Energia das Marés
Grã-Bretanha (Reino Unido, UK)
Escócia(PR)
Resultados e Impactos
O projeto ainda se encontra em desenvolvimento, no entanto, foi anunciado pela empresa que a primeira fase (1A) foi concluída em fevereiro de 2017. Esta fase incluiu o projeto, fabricação e implantação de quatro turbinas de 1,5 MW.
Fatores de Sucesso
Sociais
Ambientais
Econômicos
Fatores de Fracasso
Não foram identificados fatores de fracasso.
Fatores de Risco
As razões para este tipo de energia renovável ainda estar pouco desenvolvida têm relação com o fato das condições a que as estruturas estão sujeitas serem muito fortes, levando a uma degradação mais rápida dos materiais, tendo como consequência um aumento nos custos.
Lições aprendidas
As informações relacionadas aos principais indutores e barreiras deste tipo específico de empreendimento foram retirados do relatório da primeira fase do projeto, encontrado no link: https://tethys.pnnl.gov/sites/default/files/publications/MeyGen-2017-Part1.pdf. Pode-se sintetizar a partir do relatório que existem questões relevantes tais como processos de locação e consentimento, gestão e contratação, instalação, questões técnicas e questões como saúde, segurança e meio ambiente. Segundo o relatório, no quesito de locação e consentimento, existe um nível de detalhamento necessário para atender às condições de locação offshore, particularmente nos estágios iniciais do projeto, que foi relativamente indefinido no início. Por exemplo, as diferenças entre amarras e fundações não estavam claramente definidas. Também como o escopo e a profundidade exigidos em revisões de projetos de terceiros também não eram claros. Seria útil para projetos como este se os requisitos pudessem ser padronizados, sempre que possível, e os requisitos genéricos comunicados através de publicações e conferências on-line para o setor mais amplo. Para a gestão e contratação, existiu uma espécie de mistura de atividades de alto e baixo risco, tecnologias novas que foram estabelecidas em múltiplas interfaces contratuais. Assim, o projeto MeyGen não possui um único contrato, em vez disso, usou uma abordagem de vários contratos. Além disso, a empresa destaca que deveria ter sido realizada uma abordagem geral para a gestão do orçamento de contingência baseada mais firmemente no valor agregado. Se houvesse um melhor entendimento do status do projeto no fechamento financeiro, e durante os estágios iniciais, os desafios remanescentes e os prováveis usos de reservas de contingência poderiam ter sido determinados com maior precisão no fechamento financeiro. Além disso, o monitoramento de diversos contratos se deu de maneira mais complexa pois o projeto não teve um sistema padronizado para acompanhar e registrar estatísticas e informações de saúde e segurança. Além disto, o projeto MeyGen utilizou os contratos da Federação Internacional de Engenheiros Consultores (FIDIC) para a maior parte do trabalho. A dificuldade encontrada foi que muitos empreiteiros não estavam familiarizados com os contratos FIDIC e fazia com que o processo de contratação e entrega fosse moroso. Deste modo, uma possível lição é que para a adoção deste tipo burocrático de contrato deve-se ter uma margem maior de tempo para que ambas as partes garantam a entrega hábil do projeto. No quesito de design e fabricação, houve desafios encontrados tais como algumas mudanças de projeto que ocorreram após o fechamento financeiro e impactaram o estágio de fabricação. Este ponto foi descrito especificamente no relatório como uma barreira no gerenciamento, dado o número diverso de interfaces de contrato. Com a conclusão da fase 1A, as opções de design foram mais bem compreendidas e refinadas. Assim, podemos concluir que a fase 1A serviu como uma espécie de pré-teste de todo o projeto; deste modo, espera-se que lições retiradas do projeto 1A reduzam custos. Também foi observado a necessidade de uma avaliação dos processos por um organismo de certificação, o que poderia agregar valor para os estágios posteriores, quando os benefícios maiores poderiam compensar os custos. Um processo de certificação geralmente incluiria: Avaliações e aprovações de design; Fabricação de vigilância; Instalação (incluindo transporte) de vigilância; Vigilância de comissionamento; Para saber mais detalhadamente sobre questões técnicas, recomenda-se a leitura do relatório, mas destaca-se aqui algumas lições técnicas principais: 1. O projeto MeyGen, durante a fase 1A implantou uma única turbina Atlantis e três turbinas Andritz. Este volume de produção de máquinas não é suficiente para reduzir os custos unitários da máquina. Comparado ao uso de apenas um único tipo de turbina, ter dois tipos de turbina resultou em custos adicionais. 2. O conhecimento do MeyGen sobre as influências da turbulência melhorou durante a fase de projeto detalhado. Estas influências incluem as cargas nas turbinas e estruturas de suporte e as interações dinâmicas entre eles. Esse melhor entendimento ajudou a fase de projeto detalhado, que consequentemente levou mais tempo do que o previsto. Projetar pás de turbina para turbinas desta escala em um local tão energético (com relação a cargas de onda e turbulência, bem como cargas de marés não turbulentas) também foi mais desafiador do que o previsto. A MeyGen descobriu que é extremamente difícil encontrar locais que satisfaçam os requisitos da fundação para todos os pés de todas as fundações, em particular. Dada essa dificuldade, foi descoberto que existe a necessidade de um estudo mais detalhado das condições do fundo do mar, incluindo inspeção batimétrica e visual. 3. Com relação a mão de obra especializada de mergulhadores, o projeto entendeu que é necessário minimizar o uso de mergulhadores por motivos de saúde e segurança, embora os mergulhadores ainda ofereçam destreza incomparável. Os mergulhadores com conhecimento local foram os mais valiosos. 4. Também foi aprendido que existe uma necessidade de estudos de micro-localização das fundações, permitindo assim um melhor posicionamento dos cabos. Além disso, houve a padronização do projeto da fundação em detrimento da flexibilidade para atender às diferentes condições do leito marinho; contudo, o projeto teria se beneficiado de uma fundação mais flexível. A compactação do fundo do mar devido à colocação das bases de base de gravidade é um importante driver de projeto e é difícil de determinar antes da instalação completa.
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